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Brasil passa pela maior deflação desde o pós-crise de 2008, diz diretor do BC

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Bruno Serra, diretor de política monetária do Banco Central, pontuou que a inflação de serviços ainda é um desafio e que é preciso "desinflacionar" o setor para manter a meta ancorada em 3% depois de 2024 O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra, afirmou que o Brasil passa pela "maior deflação desde o pós-crise de 2008". "Isso ainda vai bater na inflação de bens ao consumidor, é um sinal mais auspicioso à frente", disse em evento promovido pela Bradesco Asset Management nesta sexta-feira.

Leia também: BC espera desacelerar atividade e convergir inflação para meta a partir do 1º ou 2º trimestre de 2024

"A dinâmica das expectativas de inflação passou a desinflacionar bastante em 2022, ajudada também pela queda de imposto, um pouco menos para 2023. Ainda tem algum risco de aumento de imposto no ano que vem, o cenário base do BC ainda é de reversão, de volta do imposto para 2023. Para 2024, [vemos] uma estabilidade [nas expectativas de inflação]. As implícitas descomprimiram, mas seguem elevadas", analisou.

Serra ressaltou ainda que os desafios para desinflação "ainda são grandes à frente". "Núcleos ainda estão rodando a 10% em 12 meses, ainda que tenham desinflacionado um pouco na margem, vamos ver se esse processo tem continuidade", disse.

Serviços

Durante o evento, Serra afirmou que a inflação de serviços ainda é um desafio e que é preciso "desinflacionar" o setor para manter a meta ancorada em 3% a partir de 2024.

"Se a gente quer ter uma meta de inflação ancorada em 3% a partir de 2024, a gente precisa desinflacionar serviços; 8,5% de serviços não é consistente com 3% [de meta]. A gente precisa trazer serviços de volta ao que era no pré-pandemia. Talvez seja o desafio mais duro", disse.

"Serviços em geral é basicamente inércia e atividade econômica. Nossas análises sugerem que inércia foi o principal fator até agora para elevar serviços de 2,5% ou 3% para 8,5%, a gente espera que contribua para baixo, mas é algo que a gente vai precisar acompanhar nos próximos meses", complementou.

Câmbio

O diretor lembrou ainda que parte da inflação do Brasil foi gerada pelo câmbio. "No pior momento [da pandemia], no auge de 2020, o real teve 30% mais depreciado do que os nossos pares, isso trouxe consequências para a nossa inflação, especialmente em alimentos e energia. O Brasil descolou dos pares no início de 2021 e isso se deveu bastante a esse choque cambial", afirmou.

"O que a gente viu foi que a nossa inflação convergiu para os pares em alimentos. Em energia diversos pares têm mecanismos de suavização do aumento do preço do petróleo para impactar os preços de energia. Aqui a gente não teve esses mecanismos até recentemente, quando teve a aprovação do PLP [projeto de lei complementar] em julho. Adicionalmente tivemos o choque de energia elétrica com a falta de chuvas em 2020", ressaltou.

Segundo ele, esses choques têm se revertido "em parte" e ajudado a "desacelerar a inflação mais rápido".

Bruno Serra Fernandes, diretor de política monetária do Banco Central.

Carol Carquejeiro/Valor

Fonte: Valor Invest

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