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"Rússia quer retomar ameaça de uma fome em larga escala", diz Zelensky após suspensão da exportação de grãos


As exportações marítimas de grãos ucranianos estão paralisadas neste domingo, 30, após a Rússia suspender no sábado o acordo que permitia essas entregas vitais para a segurança alimentar mundial. “Esses alimentos eram destinados aos etíopes, que estão à beira da fome. Mas devido ao bloqueio da Rússia ao ‘corredor de grãos’, a exportação é impossível”, disse o ministro da Ucrânia. O presidente ucraniano Volodymir Zelensky chamou a decisão da Rússia de “uma intenção absolutamente transparente de retornar à ameaça de uma fome em larga escala na África e na Ásia”. Segundo o governo ucraniano, essa restrição torna “impossível” que os navios de carga zarpem. O centro que coordena a logística do acordo afirmou em nota que não há tráfego previsto para este domingo. “Não foi alcançado um acordo no Centro de Coordenação Conjunta para a movimentação de embarcações de entrada e saída para 30 de outubro”, disse. Enquanto isso, o ministério da Defesa turco indicou que as inspeções em Istambul de navios com grãos ucranianos continuará “hoje e amanhã”.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, estimou que a Rússia bloqueia “dois milhões de toneladas de grãos em 176 navios”. Também exigiu que Moscou acabe com “seus jogos da fome” e disse que as explosões estavam a mais de “220 quilômetros do corredor de grãos”. O acordo para desbloquear as entregas de grãos assinados por Rússia e Ucrânia com a mediação da Turquia e da ONU é fundamental para aliviar a crise alimentar mundial causada pelo conflito. Diante dessa situação, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou estar “profundamente preocupado com a situação”, disse sua porta-voz Stephane Dujarric. Por sua vez, a União Europeia instou a Rússia a “reverter sua decisão”. Ao tomar a decisão, que veio após a Rússia acusar o Reino Unido de ajudar a Ucrânia a atacar duas bases, os russos alegaram que alguns dos drones usados para atacar sua frota tinham “módulos de navegação de fabricação canadense” e que os drones usaram uma “zona segura” do corredor de grãos. Também apontou que um dos dispositivos poderia ter sido lançado a partir de um navio civil.

*Com informações da AFP

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