Dólar
Euro
Dólar
Euro
Dólar
Euro

Saúde

"A vacinação deve voltar a fazer parte da rotina das crianças", defende infectologista

Vacinação pólio / Foto: SMS
Vacinação pólio / Foto: SMS

Mesmo com a ampliação da campanha de vacinação contra a poliomielite, os índices de imunização continuam baixos em Maceió e em todo o Brasil.

Na capital, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a cobertura vacinal total é de 47,2%. Do total de 51.840 crianças de um a quatro anos aptas a receber a dose do imunizante, apenas 24.467 procuraram unidades de saúde para completar o esquema vacinal.

Nas crianças de um ano, 6.461 doses foram administradas, representando uma cobertura de 47,13%. No público de dois anos, foram 6.122 doses aplicadas (48,24% do total de 12.692). Já nas crianças de três anos, 48,47% (o equivalente a 6.192 doses) completaram o esquema vacinal contra a poliomielite.

As crianças de quatro anos têm a menor proporção de cobertura vacinal, com 5.692 doses recebidas em uma população de 12.662.

Necessidade da vacinação

A infectologista Silvia Fonseca, do Sistema Hapvida Notredame Intermédica, explica que o percentual de crianças vacinadas ainda não é o suficiente. "Para termos uma cobertura vacinal eficiente devemos ter mais de 95% de vacinados, e no passado isso foi fundamental para eliminarmos a poliomielite do Brasil", comentou.

Ela avalia que há pessoas que não entendem a necessidade da vacinação, pois é uma doença que se tornou rara devido à eficácia da imunização.

"Acho que muitas pessoas não entendem a necessidade de vacinação contra a poliomielite porque nunca conheceram essa terrível doença; muito mais gente trabalha (mães e pais) e, se não houver horários estendidos em postos de vacinação (horário vespertino, finais de semana), muita gente não consegue levar os filhos para vacinar", destacou.

A médica alerta que o maior risco que a baixa quantidade de crianças imunizadas pode trazer é a volta da poliomielite, que causa paralisias permanentes de pernas, de músculos respiratórios e até mesmo a morte.

"Autoridades sanitárias e sociedade civil devem se unir para que a vacinação volte a fazer parte da rotina das crianças", defendeu.

Tranquilidade

A enfermeira Cynthia Kássia é mãe do Heitor, que tem um ano e oito meses. Ela relata que, desde o nascimento do filho, se preocupou em manter a caderneta vacinal em dia. "Todo mês eu estava vacinando, ficava aperreada quando atrasava, e para vacina de campanha não seria diferente".

Para ela, é importante manter Heitor imunizado para protegê-lo das doenças, já que sua imunidade ainda está em desenvolvimento.


Cynthia afirma, também, que se sente mais segura por ter vacinado o filho contra a poliomielite: "A função das vacinas é produzir respostas imunológicas a fim de proteger contra doenças específicas, então ele com o calendário em dia, me deixa mais tranquila".

Falsa sensação de segurança

A enfermeira da Gerência de Imunização de Maceió, Camila Peixoto, afirma que a desinformação e a disseminação de fake news são alguns dos fatores que dificultam o serviço de vacinação: "O fato de não termos as doenças em circulação traz a sensação de segurança e de que não há a necessidade da vacinação, além de outros fatores como adoecimento da criança no período aprazado para a vacinação".

Ela alerta que a baixa cobertura vacinal deixa a população suscetível à reintrodução de doenças já erradicadas ou eliminadas, como o que aconteceu com o sarampo, e que podem gerar surtos ou epidemias das doenças que são imunopreveníveis.

Camila Peixoto, enfermeira da Gerência de Imunização de Maceió. Foto: Gabriel Moreira/Secom Maceió

A enfermeira pede que pais e responsáveis levem as crianças à unidade de saúde mais próxima ou ponto de vacinação para a atualização da caderneta: "Os profissionais estão capacitados para verificar o histórico vacinal e assim deixarmos nossas crianças devidamente imunizadas".

Camila explica que a imunização contra a poliomielite é realizada rotineiramente em todas as unidades de saúde de Maceió, também na modalidade Corujão e nos pontos fixos de vacinação.

"A Prefeitura faz ações volantes nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), escolas, associações, vacinação das pessoas em situação de rua e também a vacinação nos eventos (Massayó Kids, Cine Maceió, etc.) e na Rua Aberta, dando mais oportunidade e acesso aos responsáveis de levar as crianças para o serviço de vacinação durante a semana, em horários estendidos e aos finais de semana", exemplificou.

Onde se vacinar?

A aplicação da vacina contra a Poliomielite e a Covid-19 está sendo disponibilizada nas Unidades de Saúde por demanda espontânea, ou seja, sem necessidade de agendamento, de segunda a sexta, das 9h às 16h.

Além disso continuam funcionando os pontos fixos do Maceió Shopping (segunda a sábado, das 9h às 21h) e Pátio Shopping (segunda a sábado, das 15h às 21h e domingo das 12h às 18h).

Neste mês de outubro (Mês das Crianças), a Prefeitura de Maceió está intensificando a vacinação infantil para ampliar a cobertura vacinal entre as crianças. A imunização também está acontecendo aos sábados, a partir das 15h, durante o Massayó Kids, e aos domingos, a partir das 9h, na Rua Aberta (orla de Ponta Verde).

Documentação para vacinação pediátrica

Para vacinar o público infantil contra a Covid-19, é necessário que as crianças estejam acompanhadas dos pais. Caso a criança esteja acompanhada de outro responsável é necessário que o pai e a mãe preencham o Termo de Assentimento para Vacinação Infantil que fica retido no ato de vacinação + cópia do documento de identificação do pai ou mãe, o qual ficará retido no ato da vacinação.

Os responsáveis devem apresentar o próprio documento de identificação com foto e documentação da criança, que deve ser RG ou Certidão de Nascimento, Caderneta de Vacinação e CPF ou Cartão SUS.

Para receber o imunizante contra a Poliomielite, as mães, pais ou responsável deverão apresentar a caderneta vacinal no ato da imunização.




Comentários

Leia estas Notícias

Acesse sua conta
ou cadastre-se grátis