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Sem acordo com empresas, Anatel tenta atrair concessionária "reserva" e evitar apagão na telefonia fixa

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Concessionárias de telefonia fixa e Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estão medindo forças em relação ao valor que deve ser estabelecido para encerrar os atuais contratos e migrar para o regime de autorização. Telefônica, dona da Vivo, Oi, Grupo Claro/Embratel e Algar Telecom levaram a Anatel a uma câmara de arbitragem privada, a CCI, cobrando R$ 46 bilhões que consideram ter direito de receber. É o primeiro caso de arbitragem que envolve a agência.

Para se precaver e não deixar a população sem o serviço de telefonia fixa, caso não haja uma definição até 2025, quando vence o prazo dessas concessões, a Anatel vai fazer uma licitação para ter um concessionário de reserva para assumir em janeiro de 2026.

Agência cobra R$ 22,6 bilhões

A agência, por sua vez, cobra das teles R$ 22,6 bilhões como saldo da concessão. O cálculo está sob análise da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), sob a relatoria do ministro Bruno Dantas.

Ainda não há prazo de conclusão, por não se caracterizar como desestatização, disse nessa terça-feira (18) o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, acrescentando que houve algumas diligências pedindo complementação. Depois da análise, o processo ainda seguirá para julgamento do plenário do TCU.

Havia um cronograma estabelecendo em que as concessionárias deveriam fazer a opção de mudar ou não de regime em março. Mas essa data não é definitiva frente aos procedimentos que estão em andamento. O cronograma nunca foi vinculante, mas uma estimativa, disse Baigorri, na Futurecom, feira e congresso de telecomunicações, em São Paulo.

Maior saldo é do grupo Oi, segundo Anatel

Sobre o saldo da concessão calculado pela Anatel, o maior valor é do grupo Oi, fixado em R$ 12,1 bilhões. O número representa a soma dos saldos das regiões de concessão da Telemar (R$ 8,2 bilhões) e Brasil Telecom (R$ 3,9 bilhões). Para Telefônica, o saldo é de R$ 7,7 bilhões; Claro/Embratel, R$ 2,27 bilhões; Algar, R$ 275,3 milhões; e Sercomeltel, R$ 167,1 milhões.

Na CCI, a Anatel escolhe um árbitro, as teles escolhem outro, e esses nomeiam um terceiro. As partes apresentam provas e os árbitros decidem o litígio.

As concessionárias argumentam que, ao longo de 25 anos de contrato de concessão, a agência tomou decisões, em diversos momentos, que alteraram os contratos de forma unilateral, causando prejuízos às companhias. As empresas querem ser “recompensadas” por isso, disse Baigorri.

Apagão de telefonia fixa

O valor que as concessionárias reivindicam chegou a ser apresentado no conselho diretor da Anatel, antes da arbitragem. Mas Baigorri disse que a agência negou todos os pedidos das empresas porque já estavam prescritos.

Havia, por exemplo, reclamação de reajuste de tarifa de 2002. A prescrição é de dez anos. Mas após toda a análise no âmbito administrativo da agência, o pedido das empresas foi negado, restando às empresas a arbitragem privada.

Como esses processos são demorados, pode ser que chegue o fim dos contratos sem uma definição. Para que os serviços não sejam suspensos por falta de entendimento, a Anatel vai tentar garantir concessionários de reserva. Baigorri disse que o desafio é como viabilizar isso, com obrigações e direitos para o novo concessionário que sejam atrativos. O que não vai acontecer, segundo o presidente da Anatel, é um apagão de telefonia fixa.

Fonte: Valor Invest

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