Os bombardeiros russos na Ucrânia registrados na segunda-feira, 10, e na terça-feria, 11, danificaram as infraestruturas civis e deixaram cidades sem energia elétrica. Em Lviv, por exemplo, 30% da cidade está sem eletricidade. Os acontecimento e as constantes ameaças de Vladimir Putin sobre a continuação dos ataques, preocupa os ucranianos, que já alertaram para o risco de falta de energia às vésperas do inverno. A operadora de eletricidade que fornece energia à Kiev, a DTEK, informou que “a partir de terça-feira, 11, haverá cortes regulares, devido à falta de energia pelos ataques de segunda-feira”. Segundo a empresa, as interrupções são projetadas para afetar diferentes distritos por turnos e para que não durem mais de quatro horas consecutivas. Os danos causados às principais usinas e linhas de energia antes do inverno “levantam novas preocupações para a proteção de civis e, em particular, para o impacto sobre a população vulnerável”, disse a porta-voz do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, em uma coletiva de imprensa da ONU em Genebra.
Não é só a falta de energia que tem preocupado, os indícios de que Moscou está centrando suas forças nos centros urbanos e em instalações ligadas ao fornecimento de serviços básicos, como água e luz, faz com que as autoridades ucranianas precisem tomar decisões mais radicais para proteger a população, como o racionamento. “Pedimos a vocês hoje para limitar seu consumo de energia nos horários de pico”, escreveu no Telegram o premiê da Ucrânia, Denys Shmyhal. “Não liguem equipamentos de alto consumo, no momento em que o Estado terrorista continua a realizar ataques maciços contra infraestrutura de nosso país pelo segundo dia seguido”, pediu a população. Para suprir o rigoroso inverno que se aproxima do Hemisfério Norte, os ucranianos poderiam tentar realizar reparos nas janelas, destruídas pelos bombardeios, mas, essa também é uma possibilidade complicada, uma vez que as maiores fábricas de vidro do país ficam no Leste, região parcialmente ocupada pelas tropas de Putin.
Mas, não é só o controle russo nos territórios das fábricas que preocupa. Para fazer vidro, é preciso areia e energia, recurso que tem ficado escasso na região. Esse fator ocasionou no aumento do preço dos vidros, chegando a ser encontrado até pelo quádruplo do valor do que era vendido antes. Essa alta, impossibilita para muitas pessoas consertar suas janelas, mesmo diante da entrada do ar frio que já passa a ser constante na região. “Todos estamos correndo, correndo, correndo para fazer o que podemos neste momento”, afirmou Frances Oppermann, vice-diretora para programas da Acted no país, ao jornal norte-americano The New York Times. Ela também pontua que o inverno da Ucrânia é intenso e dura quase um semestre, com temperaturas gélidas de meados de outubro até março, com temperaturas ficando abaixo de -20ºC. Diante dessa situação, muitas famílias recorrem a pedaços de madeira e plástico para tentar de alguma forma impedir que o frio entre.
Fonte: Jovem Pan