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Bombardeios maciços na Ucrânia danificam infraestruturas civis e violam o direito de guerra

A Rússia manteve os ataques contra a Ucrânia nesta terça-feira, 11. As tropas de Vladimir Putin lançaram novos bombardeios “maciços”, horas antes de uma reunião de emergência das potências do G7 para discutir a recente campanha de ataques da Rússia, que provocou indignação da comunidade internacional. O governador da região de Lviv, Maksym Kozytski, informou que os novos ataques destruíram várias infraestruturas de energia. Segundo ele, houve “três explosões em dois locais de infraestrutura da região” e o prefeito da capital regional de mesmo nome, Andrii Sadovy, indicou que um “bombardeio de mísseis contra uma infraestrutura crítica” deixou 30% da cidade sem eletricidade. A operadora de eletricidade que fornece energia à capital, a DTEK, informou que “a partir de terça-feira” haverá cortes regulares, devido à falta de energia pelos ataques de segunda-feira. As interrupções são projetadas para afetar diferentes distritos por turnos e para que não durem mais de quatro horas consecutivas. O Ministério da Defesa russo confirmou os ataques, explicando que usou armas de longo alcance de alta precisão e que todos os objetivos foram atingidos.

“Hoje as forças armadas russas continuaram lançando ataques maciços com armas de longo alcance de alta precisão, de bases terrestres ou marítimas, contra instalações militares e de energia na Ucrânia”, disse o ministério. “Todos os objetivos foram alcançados. Todos os pontos designados foram atingidos”, acrescentou o ministério em um relatório diário, sem especificar o número de bombardeios ou os locais atacados. Desde segunda-feira, Putin intensificou os ataques à Ucrânia alegando ser uma resposta a ataque “terrorista” à ponte que liga o território russo à Crimeia (sul) e que, segundo o presidente, foi cometido por forças ucranianas. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky alertou Moscou que seu país “não pode ser intimidado” e seu ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que os ataques mostram que a Rússia está “desesperada” após uma série de reveses militares. Putin alertou que se houver novos ataques, as respostas serão “severas”. De acordo com os serviços de emergência ucranianos, pelo menos 19 pessoas foram mortas e 105 ficaram feridas nos bombardeios que atingiram Kiev.

Ponte crimeia

Nesta terça, Zelensky participará da reunião do G7 para discutir os ataques russos. O gabinete da primeira-ministra britânica, Liz Truss, indicou que a líder vai insistir em “pedir aos seus pares que mantenham o rumo”. Por sua vez, o porta-voz do governo alemão, Steff Hebestreit, declarou na segunda-feira que o chefe de governo Olof Scholz conversou com Zelensky e garantiu “a solidariedade da Alemanha e dos demais países do G7”. Em uma conversa com o líder ucraniano, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, condenou duramente os ataques dizendo que eles “demonstram a brutalidade” da “guerra ilegal” de Putin. A Casa Branca também informou que Biden ofereceu um “sistema avançado de defesa aérea”. Para o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, os ataques são uma “escalada inaceitável da guerra”.

Os bombardeios russos registrados na segunda, “poderiam ter violado” a lei da guerra e constituído crimes de guerra se alvos civis “foram atacados intencionalmente”, disse a ONU. “Dirigir ataques diretamente contra civis e infraestrutura civil, que não são alvos militares, é um crime de guerra”, disse Shamdasani. “Estamos seriamente preocupados que certos ataques pareçam ter sido direcionados a infraestruturas civis essenciais”, acrescentou. O conflito entre Ucrânia e Rússia que já se aproxima do oitavo mês, está longe do fim, principalmente com a chegada do inverno. Os danos causados às principais usinas e linhas de energia antes do inverno “levantam novas preocupações para a proteção de civis e, em particular, para o impacto sobre a população vulnerável”, acrescentou. O ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, pediu que Rússia e Ucrânia estabeleçam um “cessar-fogo o mais rápido possível” e pediu uma “paz justa” baseada na integridade territorial da Ucrânia.

*Com informações da AFP

 

Fonte: Jovem Pan

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