Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

atividade física

Atividade física contribui para a saúde mental de quem sofre com câncer e diabetes; entenda


O diagnóstico de doenças crônicas, como o câncer e a diabetes, podem desencadear depressão. O choque com a notícia pode desestabilizar a saúde emocional, mas o acolhimento e a forma de encarar a situação são determinantes durante o tratamento. “O diagnóstico dessas doenças interfere na nossa subjetividade e na maneira como entendemos o funcionamento de nosso corpo, a doença e seu tratamento. A convivência com essas doenças nos coloca numa condição de repensar e ressignificar o que imaginamos a respeito da nossa saúde e de um corpo que pode ser considerado "saudável" mesmo com a presença de tais doenças. Não aceitar as modificações que a doença crônica impõe, tentando sustentar ainda a existência daquele corpo imaginado antes do diagnóstico, pode levar a um sofrimento emocional considerável”, explica Priscila Pecoli, psicóloga do programa Correndo pelo Diabetes.

“Quando isso não é acolhido, e adequadamente cuidado, pode acabar levando, sim, a quadros mais complexos como o da depressão. É importante levar em consideração que essas doenças impactam as pessoas emocionalmente e o tempo de aceitação é diferente para cada pessoa. Muito mais do que aderir a um tratamento, é necessário tempo e maturação para se incorporar uma nova condição de vida. Um profissional de saúde mental é mais do que recomendado para ajudá-los nessa nova caminhada”, completa. Porém, um outro aliado nesta luta em prol da saúde mental é a prática de exercícios físicos. Iniciativas como o Correndo pelo Diabetes, projeto social que tem como objetivo estimular a prática regular de atividade física como ferramenta de promoção da saúde e inclusão da pessoa com a doença, são fundamentais nesse processo de aceitação do corpo e autoestima.

Um outro ponto constantemente afetado na vida de quem convive com doenças crônicas é a autoestima. Em diversas situações, paciente com câncer e que passam por quimioterapia enfrentam a queda de cabelo e o inchaço. Já no caso de quem tem diabetes tipo 2, muitas vezes a obesidade e outras comorbidades podem atrapalhar o processo de autoaceitação. “A autoestima pode ser melhorada tanto quando a pessoa percebe modificações em si mesma, como redução do processo inflamatório das células adiposas que ajudam no processo de perda de peso, quanto a redução da necessidade das doses de insulina — propiciando uma "tomada de rédea" no controle das glicemias da pessoa com diabetes. Além da redução da frequência cardíaca em repouso e a redução da resistência periférica à insulina típica dos quadros de diabetes tipo 2”, acrescenta o professor Flávio Aguiar.

Cuidados

É importante lembrar, no entanto, que a prática de atividades físicas sob essas condições deve ser sempre orientada por profissionais para que o exercício seja seguro, eficaz e agradável. “No caso de diabetes e do câncer é importante que sejam realizados tendo o acompanhamento de um profissional de educação física especializado que conheça a dinâmica desses tratamentos para evitar que, no caso de diabetes, episódios de hiper e hipoglicemia surjam em decorrência de tal prática”, explica a psicologa Priscila Pecoli. “E é importante sempre ressaltar que biologia não é matemática e, quando falamos de corpos vivos, significa que diferentes pessoas sempre vão responder de forma diferente a um mesmo estímulo. Nós mesmos podemos responder de forma diferente a um mesmo estímulo, basta mudar elementos simples: horário diferente, noite mal dormida, alimentos de origem ou características diversas”, completa Fábio Aguiar.

“A falta de acompanhamento médico dificulta muito ao paciente elencar todas as mudanças em seu corpo e sua resposta a cada sessão de exercício. Isso pode significar hiperglicemias ou hipoglicemias constantes no exercício e o que sabemos pelas pesquisas é que, quanto maior a variabilidade glicêmica, maior o risco de desenvolver complicações por um tratamento de grandes oscilações. O melhor caminho é a busca das curvas mais suaves e próximas do normal, mas para isso é necessário muito estudo pelos profissionais, testes de glicemia frequentes e exames periódicos a serem avaliados de forma criteriosa. Basear-se em "acho que estou bem" é ignorar o potencial destrutivo silencioso da falta de tratamento. Uma equipe multidisciplinar afinada com os objetivos do paciente reduz o esforço total e encurta os caminhos para os melhores resultados, pois se baseia em aplicação dos conceitos mais atualizados da ciência e os seus ajustes baseados na experiência de quem observa as respostas. Assim, faz os ajustes necessários ao tratamento”, finaliza o professor.

Jovem Pan

Brasil Atividade Física Câncer Diabetes Saúde Mental

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!