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Há movimento dentro do PSDB por voto em Lula no 1º turno, diz dirigente tucano

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Ex-ministro de FHC apoia Lula e afirma que 'muitos' do PSDB vão votar no primeiro turno no petista Aloysio Nunes Ferreira

Agência O Globo

Dirigente nacional do PSDB, o ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira diz que há um movimento dentro do partido para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já no primeiro turno da disputa presidencial. Aloysio foi um dos primeiros tucanos a declarar voto em Lula e subiu no palanque do petista em São Paulo há um mês. O ex-ministro e ex-senador afirma que dirigentes e militantes tucanos optaram por Lula diante das dificuldades eleitorais da “terceira via”, mas pondera que outras lideranças do PSDB têm dificuldade em aderir publicamente ao petista neste momento por conta da participação da legenda na vice da presidenciável Simone Tebet (MDB).

Ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de Relações Exteriores da gestão Michel Temer (MDB), Aloysio disse que “muitos” do PSDB vão votar no primeiro turno em Lula, incluindo, “lideranças intermediárias do partido, deputados, militantes e dirigentes que ocupam cargos em governo tucanos”.

O ex-senador defendeu a vitória do petista em 2 de outubro para “derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e quebrar a espinha do bolsonarismo”. “Seguramente ele [Bolsonaro] vai tentar criar descrédito sobre o resultado da eleição. E quanto mais contundente for a "surra" que ele tomar no primeiro turno, mas difícil fica ele levantar esse tipo de argumento”, disse.

“Diante da incapacidade, da impossibilidade da emergência de uma terceira via na eleição presidencial, o primeiro turno se confunde com o segundo. É democracia contra o autoritarismo. O centro do debate é a democracia”, disse Aloysio ao Valor. “Muitos eleitores do PSDB que têm na democracia um ponto de honra e de identidade já fizeram essa escolha”, afirmou o dirigente tucano, em referência ao voto em Lula no primeiro turno. “Tem muitos dirigentes e militantes que fizeram essa escolha também, mas evidentemente não podem falar porque isso desorganizaria as campanhas nas quais estão engajados”, afirmou, citando como exemplo o senador José Serra (PSDB-SP), que é amigo da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), vice na chapa de Simone Tebet.

O ex-senador disse que por conta dessa aliança eleitoral do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra da legenda, não deve declarar apoio formalmente a Lula neste momento. “Fernando Henrique é ex-presidente, não vai descer neste momento na arena da disputa eleitoral. Não se deve esperar que ele entre na "porradaria" do primeiro turno. Mas se tiver segundo turno, espero que haja uma palavra dele em favor da democracia”, afirmou.

Nesta quinta-feira (22), FHC defendeu que os eleitores apoiem no primeiro turno quem defende direitos e instituições, mas não citou nomes. O ex-presidente já se manifestou, em outras ocasiões, contra a reeleição de Bolsonaro e disse neste ano que poderia votar em Lula.

"Como é do conhecimento público, tenho idade avançada e, embora não apresente nenhum problema grave de saúde, já não tenho mais energia para participar ativamente do debate político pré-eleitoral”, afirmou FHC no Twitter.

“Peço aos eleitores que votem no dia 2 de outubro em quem tem compromisso com o combate à pobreza e à desigualdade, defende direitos iguais para todos independentemente da raça, gênero e orientação sexual, se orgulha da diversidade cultural da nação brasileira, (...) valoriza a educação e a ciência e está empenhado na preservação de nosso patrimônio ambiental, no fortalecimento das instituições que asseguram nossas liberdades e no restabelecimento do papel histórico do Brasil no cenário internacional", escreveu o presidente de honra do PSDB na rede social

Ontem, o diretor-geral da Fundação Fernando Henrique Cardoso, Sergio Fausto, declarou voto em Lula já no primeiro turno. Um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o jurista Miguel Reale, que foi ministro da Justiça do governo FHC, também declarou voto no petista no dia 2 de outubro.

Novos rumos

Na avaliação de Aloysio, o PSDB “não fez bem de apoiar” a candidatura de Simone Tebet. O tucano afirmou que o partido deverá “buscar um rumo” depois das eleições. Nesta semana, o tucano criticou publicamente a candidata do MDB por ter comparado Lula ao ex-presidente argentino Juan Domingo Perón. “Tem uma falta de noção da história da Argentina e do Brasil. Até compreendo a aflição dela diante do fantasma do voto útil, mas acho que ela se enganou. Ela demonstrou uma certa lacuna nos conhecimentos da história”, disse o dirigente.

Bolsonaro em NY

Crítico de Jair Bolsonaro, o ex-ministro das Relações Exteriores chamou o presidente de “tosco” ao comentar o discurso dele na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na terça-feira (20). “Esse tipo de comportamento só tira voto dele porque muita gente que votou nele votou querendo ter um presidente da República, coisa que ele não é. Ele é um líder de uma facção”, disse Aloysio. “Não foram só os radicais que votaram nele. Mas com isso muitos vão se afastando dele”, afirmou. “Bolsonaro conseguiu realizar aquilo que o [ex-ministro] Ernesto Araújo tinha como modelo, como objetivo, de ser um pária entre as nações.”

Fonte: Valor Invest

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