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Em Nova York, Bolsonaro se atrasa e perde reunião com secretário-geral da ONU

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O presidente precisou fazer parte do caminho a pé até que conseguisse entrar em carro do serviço secreto para chegar na Assembleia Geral Brazilian President Jair Bolsonaro addresses the 77th session of the General Assembly at United Nations headquarters, Tuesday, Sept. 20, 2022. (AP Photo/Mary Altaffer)

Mary Altaffer/AP

Em missão oficial em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro (PL) atrasou-se e perdeu a reunião privada que teria com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, na manhã desta terça-feira (20).

Essa poderia ter sido a última vez, caso Bolsonaro não venha a ser reeleito, que o presidente teria a oportunidade do encontro com Guterres. De acordo com fontes ligadas ao Itamaraty, um dos principais temas a ser tratado na reunião seria a reforma do Conselho de Segurança com participação permanente do Brasil. O país faz parte do conselho neste e no próximo ano, mas como membro não-permanente.

A saída de Bolsonaro do hotel em Nova York estava prevista para 8h20 (do horário local; 9h20 do horário de Brasília) para que chegasse pontualmente na reunião às 8h40. Porém, ao deixar o prédio, o presidente foi surpreendido duas vezes.

Primeiro, cerca de 40 apoiadores bolsonaristas cercaram a saída. Ao ver Bolsonaro, eles desrespeitaram os limites da área imposta ao grupo pela comitiva presidencial e pelo serviço secreto. Formou-se tamanha confusão na porta do hotel que o presidente acabou decidindo voltar para o lobby.

Apoaidores de Jair Bolsonaro em frente ao hotel em que o presidente se hospedou em Nova York

Natasha Ribeiro

O segundo imprevisto foi mais difícil ainda de contornar. Apesar da rua atrás do hotel estar parcialmente fechada, e contar com forte presença de pessoal e de carros do serviço secreto, não havia nenhum automóvel disponível para Bolsonaro.

Acompanhavam Bolsonaro a primeira-dama, Michelle; o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP); o ex-secretário especial de Comunicação Social (Secom) e coordenador de comunicação da campanha de Bolsonaro à reeleição, Fabio Wajngarten; e o ministro das Comunicações, Fábio Faria.

Quando já eram quase 9h, após um desentendimento entre integrantes do governo e do Itamaraty, Jair Bolsonaro decidiu caminhar até que conseguisse encontrar algum carro do serviço secreto disponível. Além de sua comitiva e jornalistas, seus apoiadores decidiram segui-lo pelas ruas de Manhattan em busca de fotos, vídeos e alguma atenção.

Depois de pouco mais de 5 minutos de caminhada, o presidente finalmente conseguiu um carro para se locomover para a abertura da Assembleia. Porém, a primeira-dama ficou para trás. Fabio Wajngarten ficou responsável por achar um carro para Michelle.

Jair Bolsonaro conseguiu discursar na hora prevista para tal – às 9h40. Após a fala, o presidente encontrou brevemente com o Secretário-Geral apenas para o registro de uma foto em que eles apertam as mãos. Não havia tempo para agendar uma nova reunião com Guterres.

Apoaidores de Jair Bolsonaro em frente ao hotel em que o presidente se hospedou em Nova York

Natasha Ribeiro

A tensão entre o Itamaraty e integrantes do governo ficou clara ao tentarem apontar um culpado. Enquanto o Itamaraty alega que o problema com a suposta disponibilidade dos carros é competência apenas do serviço secreto, membros do governo afirmam que na viagem para o funeral da rainha Elizabeth II em Londres o mesmo tipo de incidente acontecia com frequência.

"Parece que o Itamaraty está decidindo simplesmente jogar contra o governo; o cerimonial do Itamaraty é deplorável", disse uma fonte do governo que pediu para ter o nome preservado.

Jair Bolsonaro deixa hotel em Nova York, ao lado do pastor Silas Malafaia e de um padre que o acompanharam na viagem

Natasha Ribeiro

Depois do incidente desta manhã, o esquema armado durante a tarde para a saída do presidente e da primeira-dama para o aeroporto JFK sofreu alterações. Além de um maior contingente policial e do serviço secreto, Jair Bolsonaro só deixou o saguão do hotel quando seu carro já estava pronto para a partida. Bolsonaro não parou para falar com jornalistas – a área destinada aos profissionais também sofreu mudanças e ficou ainda mais distante das portas de entrada do hotel.

Bolsonaro e Michelle se despediram dos apoiadores que estavam aglomerados na porta do hotel por volta das 15h20 do horário local (16h20 do horário de Brasília) – mas dessa vez, com muito mais seguranças ao redor e também mais rapidez para conseguirem partir na hora planejada.

Fonte: Valor Invest

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