Desde o começo de setembro, as tropas ucranianas têm recuperado milhares de quilômetros de regiões que estavam sob o controle dos russos desde o começo do conflito. Na semana passada, Volodymyr Zelensky anunciou que tinha conseguido recuperar territórios em Kharkiv, no nordeste do país, o que representa a primeira grande vitória da Ucrânia no conflito que já chega ao sétimo mês. Diante de sua maior derrota, a Rússia começou a acelerar um projeto que tinha sido paralisado por causa dos avanços ucranianos, o de anexar mais duas regiões na Ucrânia: Kherson e Donbass. De acordo com as autoridades russas, em entrevista a imprensa local, os referendos vão ser organizados de 23 a 27 de setembro. “Os referendos vão mudar completamente o vetor de desenvolvimento da Rússia por décadas. E não só para nosso país. A transformação geopolítica do mundo será irreversível assim que os novos territórios estiverem incorporados à Rússia”, escreveu em uma postagem no Telegram Dmitri Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia. A anexação de Donbass foi concorda pelas províncias de Donetsk e Lugansk, duas regiões separatistas que querem fazer parte da Rússia e que tiveram sua independência reconhecida pelo presidente russo, Vladimir Putin, pouco antes de lançar sua ofensiva na Ucrânia. Na segunda-feira, 19, o parlamento das duas regiões concordou em acelerar o processo. Kherson, outra região sob ataque ucraniano, o chefe local, Vladimir Saldo, anunciou no Telegram que a região “irá se tornar um ente pleno de um país unido”, afirmou. Os russos dominam 95% da região. Logo depois do anúncio, a Ucrânia prometeu “liquidar” a “ameaça” russa. “A Ucrânia vai resolver a questão russa. A ameaça só pode ser liquidada pela força”, escreveu no Telegram o chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Yermak, denunciando a “chantagem” de Moscou motivada pelo “medo da derrota”.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan