A liberdade é um direito humano básico garantido no inciso XV do Artigo 5 da Constituição Federal de 1988, onde por lei, todos os seres humanos, sem distinção de qualquer natureza, têm por garantido o direito de ir e vir.
Contudo, as palavras escritas na constituição brasileira não protegem os 30 alagoanos submetidos a situações de trabalho escravo, identificados através de denúncias feitas ao Ministério Público do Trabalho (MPT), nos anos de 2021 e 2022.
Essas dezenas de pessoas tiveram as suas humanidades subvertidas e foram transformadas apenas em meros serviçais, cujo único propósito é de alimentar a ganância dos criminosos que as mantiveram em cativeiro.
Essa realidade, infelizmente, afeta pessoas do mundo inteiro. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) 50 milhões de pessoas foram encontradas em situação de trabalho análogo a escravidão no mundo. No Brasil, em 2021 1.937 seres humanos foram encontrados nessas situações, de acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência (MTP).
Para falar sobre esse assunto e comentar a trazer essa triste realidade para o estado de Alagoas, a reportagem conversou com o titular regional da Coordenadoria de Combate ao Trabalho Escravo, do MPT, no estado, Tiago Muniz.
Questionado sobre como a situação do trabalho análogo a escravidão ocorre em Alagoas, o procurador destacou como a situação econômica do estado o torna vulnerável a esse tipo de situação.
"O Estado de Alagoas, infelizmente, possui um dos piores índices sociais do país, o que torna grande parte da população vulnerável à exploração em condições desumanas. Não por acaso muitos trabalhadores alagoanos são resgatados de trabalho escravo em outros estados da federação. Em regra, os órgãos fiscalizadores agem sempre de forma reativa, em resposta a denúncias recebidas, que ainda são em pequeno número no estado de Alagoas", afirma.
De acordo com o levantamento feito pelo MPT/AL, no primeiro semestre de 2021, seis denúncias de situações envolvendo trabalho escravo foram recebidas, totalizando 18 ao fim do ano. Este ano, o primeiro semestre apresentou um pequeno aumento no registro dessas denúncias, passando de meia dúzia para oito casos registrados, completando uma dúzia até o mês de setembro. As possíveis irregularidades ocorridas no ano de 2022 foram registradas nos municípios de Maceió, Marechal Deodoro, Traipu e na Barra de São Miguel.
DENÚNCIAS DE TRABALHO ESCRAVO EM ALAGOAS
Denúncias de trabalho escravo que chegaram ao Ministério Público do Trabalho em Alagoas
1º SEMESTRE | 6 | 8 |
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2º SEMESTRE | 12 | 4 |
TOTAL | 18 | 12 |
Fonte: 7segundos