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Alagoas

Com R$ 6 milhões em caixa, Cunha é o candidato ao governo de AL que mais recebeu dinheiro do 'fundão'


Mesmo sendo um dos senadores com duro discurso contrário à ampliação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), Rodrigo Cunha (União) é o candidato ao governo de Alagoas com o maior repasse deste recurso no pleito de 2022. Dados informados por ele ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que a candidatura de Cunha já recebeu R$ R$6.046.308,98 do chamado 'fundão'. Dos que prestaram contas, o atual governador e candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB), é o segundo que recebeu maior fatia do fundo eleitoral: são R$ 5 milhões que podem ser usados integralmente para este momento de disputa pelo voto do alagoano.

O ex-prefeito de Maceió e candidato ao governo, Rui Palmeira (PSD), informou à Justiça Eleitoral ter uma receita líquida para a campanha na ordem de R$ 2,6 milhões. O candidato Collor (PTB) aparece no sistema com o valor recebido de R$ 763 mil; já o candidato da federação PSOL/Rede, Professor Cícero Albuquerque, comunicou que recebeu R$ 213 mil do fundão.

Os candidatos Bombeiro Luciano Fontes (PMB) e Luciano Almeida (PRTB) ainda não fizeram a prestação de contas e, por isso, não é possível saber a fatia que eles vão receber (ou já receberam) das siglas partidárias para financiamento das campanhas eleitorais.

O que chama a atenção neste cenário milionário é a contradição envolvendo o candidato Rodrigo Cunha, que, em dezembro do ano passado, votou contra o aumento do Fundo Eleitoral para R$ 5,7 bilhões, e, na condição de candidato a governador, faz uso dos repasses na sua campanha. Cunha recebeu os R$ 6 milhões em quatro parcelas, sendo duas nos dias 17 e 24 de agosto de R$ 1, 4 milhão. Já no início de setembro, entre os dias 1 e 5, foram depositados do fundão R$ 1,5 milhão e R$ 1,7 milhão, respectivamente. Clique aqui e veja o balanço apresentado pela campanha de Cunha.

Ao se mostrar contrário ao fundo, Cunha fez posts nas redes sociais e disse que contrário ao fundão partidário. Mas, na prática, está sendo fazendo uso do valor. À imprensa, Cunha disse que "quem determina os valores repassados são os partidos" e que foi contra o aumento do valor do fundo e não o mecanismo de financiamento. Pelas regras, o senador poderia recusar receber o valor do fundão, o que não foi feito até a publicação dessa matéria.

"Ninguém aguenta mais tanta incoerência com os recursos públicos. Aprovar mais de R$ 5,7 bilhões de reais para bancar as eleições de 2022 é um desrespeito com o povo brasileiro, é uma medida descabida e é uma ação que vai na contramão das necessidades reais do país. A prioridade do Brasil é colocar comida na mesa de milhares que enfrentam dificuldades na pandemia. Por isso, votei a favor da manutenção do veto, ou seja, contra o aumento do fundo eleitoral e contra esta proposta absurda de quase triplicar este valor. Sou contra isso desde o início e hoje reafirmo esse meu posicionamento", disse Cunha à época.

A incoerência entre o discurso e a prática tem colocado em xeque o posicionamento do candidato na disputa ao governo. Entre os pontos que Cunha precisa explicar, está a sua saída do PSDB para o UB. Os adversários acusam Cunha de sair do ninho tucano de olho no "fundão", indo de encontro ao que ele tanto criticou e que jamais faria.


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