O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, concorda com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de não prestar depoimento no inquérito que apura suposta tentativa de interferência dele na Polícia Federal. A investigação está suspensa desde 17 de setembro em razão, justamente, da indefinição sobre se os esclarecimentos deveriam ser apresentados por escrito ou pessoalmente. Na quinta-feira, 26, a Advocacia-geral da União informou ao Supremo Tribunal Federal que Bolsonaro desistiu de depor e que o inquérito pode ter a tramitação retomada.
O vice-presidente concorda com a decisão. Na avaliação dele, com ou sem os esclarecimentos, o resultado das investigações será o mesmo. Mourão também comentou, nesta sexta-feira, 27, o ofício em que o Ministério das Relações Exteriores repreende a embaixada da China por ter respondido, pelas redes sociais e com conteúdo considerado “"ofensivo e desrespeitoso”, às acusações de espionagem feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro.
Mourão lembrou que essa foi a segunda vez que os chineses reagiram fora do que chamou de "convenções da diplomacia" à uma declaração do filho do presidente da República. O vice-presidente não quis opinar sobre se o governo deve interferir para tentar evitar que o deputado Eduardo Bolsonaro, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, volte a causar atritos com outros países por acusações publicadas nas redes sociais. Ele lembrou, no entanto, que a última postagem logo foi excluída, o que pode indicar que o deputado deve ter recebido alguma recomendação neste sentido.
*Com informações do repórter Antônio Maldonado
Fonte: Jovem Pan