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Veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista de Simone Tebet para o Jornal Nacional

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Candidata do MDB à Presidência da República fez a última entrevista da série conduzida por William Bonner e Renata Vasconcellos -

Foto Globo/João Miguel Júnior/Agência O Globo

A candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, foi entrevistada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, nesta sexta-feira (26).

O primeiro entrevistado foi Jair Bolsonaro (PL), na segunda-feira (22) - leia a checagem. Em seguida, foi Ciro Gomes (PDT), na terça (23) - leia a checagem. Na quinta-feira (25) foi a vez de Lula (PT) - leia a checagem.

A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações de Tebet. Leia:

"O Ideb de Mato Grosso do Sul pro ensino médio se não for o primeiro, ou o segundo, é o terceiro."

A declaração é #FAKE. Veja por quê: O Ideb mais recente, divulgado no ano passado, mas referente a 2019, aponta que Mato Grosso do Sul está na 9ª posição entre os Estados brasileiros, na avaliação do ensino médio que considera todas as redes estaduais e privadas. Ao considerar somente a rede estadual, MS aparece na 7ª posição.

“Judicializaram a minha candidatura e foi imediatamente rejeitada a ação.”

A declaração é #FATO. Veja por quê: Em julho, líderes do MDB de onze Estados declararam apoio à pré-candidatura do ex-presidente Lula (PT) ao invés da pré-candidata do partido Simone Tebet. O grupo era formado por representantes de Amazonas, Alagoas, Paraíba, Ceará, Espírito Santo, Bahia, Piauí, Maranhão, Rio de Janeiro, Pará e Rio Grande do Norte.

O representante do diretório de Alagoas, Hugo Wanderley Caju, pediu ao Tribunal Superior Eleitoral para anular a convocação da convenção nacional do MDB. O diretório de Alagoas é presidido pelo senador Renan Calheiros. O pedido foi negado pelo presidente do TSE à época, Edson Fachin, que alegou que não havia nenhuma ilegalidade no ato de convocação. No dia 27 de julho, a convenção do MDB confirmou a candidatura de Tebet à presidência.

"Temos o [apoio do] prefeito da maior capital do Brasil, 12 milhões de habitantes, prefeito de Porto Alegre, nós temos o governador do Estado de São Paulo, que vai dar palanque também para outros candidatos..."

A declaração é #FATO. Veja por quê: O prefeito de São Paulo, maior cidade do Brasil, Ricardo Nunes (MDB), e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), declararam apoio a Simone Tebet durante o lançamento de candidatura da senadora à Presidência. Já o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), declarou apoio à senadora, mas também deve abrir o seu palanque para Soraya Thronicke (União Brasil).

“Eu sou privilegiada porque estou diante de um partido que saiu na vanguarda e teve coragem de lançar, nesse momento mais difícil do Brasil, uma mulher candidata a presidente da república. Isso é inédito.”

A declaração é #FAKE. Veja por quê: Simone Tebet é uma das 11 mulheres que já disputaram ou estão agora em campanha pela presidência da República. Está, inclusive, concorrendo com outras três candidatas nestas eleições: Vera (PSTU), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Thronicke (União Brasil).

Tebet e Vera estão tecnicamente empatadas em intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada em 18 de agosto.

Da redemocratização até a última eleição, em 2018, cinco mulheres foram candidatas à presidência e uma delas, Dilma Rousseff se elegeu para dois mandatos, em 2010 e 2014. A primeira candidata mulher foi Livia Maria Pio, que concorreu em 1989, pelo Partido Nacionalista (PN). Em 1998, Thereza Ruiz disputou as eleições presidenciais pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN). Em 2006, houve duas candidatas. A senadora Heloísa Helena (PSOL), que terminou em terceiro lugar, com 6,5 milhões de votos, e Ana Maria Rangel, que concorreu ao cargo pelo Partido Republicano Progressista (PRP). Em 2014, Luciana Genro concorreu pelo PSOL.

Marina Silva disputou três eleições, 2010, 2014 e 2018. A primeira pelo PV, quando terminou em terceiro lugar com 19 milhões de votos. A segunda quando assumiu a cabeça da chapa, após a morte de Eduardo Campos (PSB), e concorreu pelo PRB. Ficou outra vez em terceiro lugar, agora com 22 milhões de votos.

Na última eleição, em 2018, Marina concorreu pela Rede e ficou em 8º lugar, com 1 milhão de votos. Na mesma disputa concorreu Vera Lúcia (PSTU).

Dilma Rousseff (PT), única mulher a ser presidente do Brasil, concorreu e ganhou em 2010 e 2014. Na primeira vez, venceu José Serra (PSDB) no segundo turno ao receber 56,05% dos votos, o equivalente a 55,7 milhões de votos. Para se reeleger quatro anos depois, derrotou Aécio Neves (PSDB), ganhando 51,6% dos votos, totalizando 54,5 milhões de votos.

"União tem que parar de jogar a conta para os estados e municípios. Educação é nossa responsabilidade."

#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: A Constituição de 1988, no artigo 23, estabelece que proporcionar acesso à educação é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Mas o artigo 212, também da Constituição Federal determina que apenas Estados e municípios invistam um percentual mínimo, de 25%, da receita em manutenção e desenvolvimento de ensino.

Estados e municípios também são responsáveis por destinar parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Em alguns casos, a União também contribui com o Fundeb, a título de complementação aos municípios e Estados que não atingiram o valor mínimo por aluno ao ano, definido nacionalmente, ou que alcançaram evolução dos indicadores. Esta contribuição pode atingir até 23%.

“É o partido que tem o maior número de prefeitos, vice-prefeitos, vereadoras e vereadores.”

A declaração é #FATO. Veja por quê: O MDB foi líder em número de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos em 2020, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foram 8.709 candidatos eleitos pelo partido, sendo 772 prefeitos, 660 vice-prefeitos e 7.277 vereadores.

O Progressistas ficou em segundo lugar, com 7.523 eleitos, sendo 680 prefeitos, 551 vice-prefeitos e 6.292 vereadores.

"Dois anos das crianças pobres das escolas públicas sem estudar, sem saber ler e escrever."

#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Segundo a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE, o tempo médio em que as aulas presenciais ficaram suspensas no Brasil em 2020 como forma de prevenção à covid-19 foi de 279,4 dias.

Na rede pública, as atividades presenciais foram suspensas, em média, por 287,5 dias, enquanto na rede particular a média foi de 247,7 dias.

O ano letivo tem o mínimo de 200 dias e 800 horas de carga horária, segundo o estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996. Durante a pandemia, a obrigatoriedade de dias foi suspensa, mas a carga horária mantida.

Em relação à média dos países desenvolvidos, o ensino fundamental brasileiro ficou suspenso por um período três vezes maior, segundo um estudo feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

"Eu fui a primeira mulher presidente da Comissão de Violência Contra a Mulher do Senado."

A declaração é #FATO. Veja por quê: A reunião de instalação da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher, em 10 de março de 2015, elegeu Tebet e a deputada Keiko Ota (PSB-SP) como presidente e vice-presidente, respectivamente. O objetivo da comissão, que atualmente está inativa, é apresentar propostas para a consolidação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, corrigir falhas nos serviços de seguridade social e na prestação de segurança pública e jurídica às mulheres vítimas de violência.

“A mulher ganha 20% menos que o homem exercendo a mesma atividade. 40% menos se for negra."

A declaração é #FATO. Veja por quê: De acordo com um levantamento divulgado em março pela consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, as mulheres ganham cerca de 20% menos do que os homens no Brasil, mesmo quando se compara a renda da hora trabalhada entre profissionais do mesmo perfil de escolaridade, cor e idade, e no mesmo setor de atividade e categoria de ocupação.

No caso da população negra, o estudo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, divulgado pelo IBGE em 2019, aponta que uma mulher negra ganha 44,4% menos do que um homem branco no Brasil.

"O pobre deixa um pouco mais da metade do salário dele no supermercado."

A declaração é #FATO. Veja por quê: De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) de julho, o preço médio da cesta básica custa 48,39% do salário mínimo em Aracaju, capital com o menor custo, e custa até 67,83% do rendimento mínimo em São Paulo, capital com a cesta básica mais cara no país. Das 17 capitais pesquisadas, em 16 o trabalhador gastou mais da metade de um salário mínimo com a cesta básica.

"Fui relatora e virou lei que partidos que elegerem negros e mulheres contam em dobro para o fundo."

A declaração é #FATO. Veja por quê: Tebet foi relatora no Senado do Projeto de Emenda Constitucional 111, de 2021, que institui que "para fins de distribuição entre os partidos políticos dos recursos do fundo partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), os votos dados a candidatas mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos Deputados nas eleições realizadas de 2022 a 2030 serão contados em dobro". A matéria foi promulgada no Congresso em setembro de 2021.

"Nós conseguimos avançar agora com trinta por cento tempo de rádio, de televisão para mulher. Isso fez com que nós pudéssemos quase aumentar em quase cinquenta por cento o número de deputadas"

A declaração é #FATO. Veja por quê: O Tribunal Superior Eleitoral determinou em maio de 2018 que pelo menos 30% do tempo destinado à propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV deveriam ser reservados para candidaturas femininas. Na eleição do mesmo ano, 77 mulheres foram eleitas para a Câmara dos Deputados, um aumento de 51% em relação ao pleito anterior.

Fonte: Valor Invest

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