Poucos dias antes da Ucrânia marcar o aniversário de sua independência, coincidindo com seis meses da invasão russa, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky alertou que Moscou poderá fazer algo particularmente “cruel” esta semana. “A Rússia pode se esforçar para fazer algo particularmente repugnante e cruel”, disse Zelensky durante seu discurso diário no sábado, 20. A Ucrânia comemora em 24 de agosto sua independência da União Soviética, que neste ano coincide com os seis meses da invasão russa, que causou dezenas de milhares de mortes e destruição em massa no país. O presidente destacou que um dos “objetivos-chave do inimigo” era humilhá-los e “gerar depressão, medo e conflito”. “Devemos ser fortes o suficiente para resistir a qualquer provocação” e “fazer os ocupantes pagarem por seu terror”, acrescentou. Um assessor da presidência, Mikhaílo Podoliak, alertou que a Rússia pode intensificar seus bombardeios nos dias 23 e 24 de agosto.
Diante desses temores, as autoridades de Kiev anunciaram a proibição de qualquer manifestação pública de 22 a 25 de agosto na capital. No sábado, o governador da região de Kharkiv (centro-leste) anunciou um longo toque de recolher de 23 a 25 de agosto. “Vamos ser o mais vigilantes que pudermos durante o feriado de nossa independência”, argumentou o governador Oleg Synegubov, no Telegram. Soma-se a esse contexto tenso a morte de Darya Dugina, filha do ideólogo próximo ao Kremlin Alexander Dugin, em uma explosão de seu carro perto de Moscou. Até agora, ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque. As autoridades ucranianas negam estar por trás do assassinato. “A Ucrânia não tem nada a ver com a explosão de ontem porque não somos um Estado criminoso”, disse Podoliak na televisão. No sábado, um alto funcionário do serviço de inteligência ucraniano SBU também foi encontrado morto com ferimentos de bala em sua casa, segundo a promotoria.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan