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Valor Inovação: Vice-campeã, Vale promove avanços em duas frentes

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Única mineradora entre as líderes do ranking Valor Inovação, a Vale acelera o passo nos mundos digital e físico com tecnologias de produto aplicadas à descarbonização e transição energética A mineração é conhecida por ser uma atividade com elevado impacto ambiental e, muitas vezes, também é considerada mais lenta na adoção de mudanças no modo de produção. Portanto, investir em inovação para melhorar este cenário, dando mais segurança à atividade e reduzindo o impacto no meio ambiente, tornou-se um imperativo para as companhias do setor. Na Vale, que chega à segunda posição do ranking geral das 150 empresas mais inovadoras do país, esta é apenas uma parte da história. A outra parte, que foca os esforços em tecnologia de produto, busca construir uma Vale do futuro.

O grande volume de projetos nas duas frentes e o trabalho para acelerar o passo da inovação, com o reforço da recém-criada Vale Venture, explicam também o fato de ser a única empresa de mineração e metalurgia presente no TOP 10 do anuário Valor Inovação Brasil 2022 e única também entre as 20 classificadas. “Além do digital, onde ocorreram os maiores avanços nos últimos anos, uma companhia como a Vale precisa focar também no mundo físico, nas ciências naturais que são importantes e ajudam a resolver o problema climático com tecnologias para descarbonizar o planeta”, comenta Luciano Siani Pires, vice-presidente executivo de estratégia de transformação de negócios da Vale. Ele acrescenta que a empresa manteve os investimentos nas duas frentes mesmo durante a pandemia da covid-19.

Siani Pires, VP executivo: usamos o digital para aprimorar a operação física dos equipamentos

Marcello Bravo / Vale

No ano passado, o valor investido em P&D foi de US$ 549 milhões, equivalente a 1% do faturamento da empresa, destinados a 50 centros de pesquisa da Vale e de parceiros. “A Vale jogou forte na inovação digital, que é um movimento de toda a indústria e tem avançado muito, e também reforçou sua atuação como uma empresa de ponta na inovação de produto aplicada à descarbonização e transição energética”, comenta Siani.

Na frente digital, a Vale intensificou o uso da inteligência artificial (IA) na manutenção e operação das minas. Boa parte da inspeção dos eixos dos trens que transportam minérios, feita por operadores, passou a utilizar câmeras inteligentes que identificam problemas e dão o alerta para interromper o trabalho e iniciar o reparo. O mesmo em relação a correias transportadoras, que em algumas minas chegam a 15 quilômetros de comprimento. “As imagens captadas são analisadas em tempo real, gerando relatórios sobre necessidade de manutenção preventiva”, explica o executivo da Vale.

O avanço do digital no dia a dia da operação traz ganhos imediatos para a mineradora, elevando a segurança e a eficiência da operação. O uso de caminhões autônomos, que já são 75 unidades, permite que o trabalho prossiga mesmo sem visibilidade, sob forte neblina, e com economia de combustível e pneus. “O veículo está programado para ter uma direção suave, com velocidade constante. O pneu chega a durar 20% a mais.”

Tais inovações têm sido importantes para acelerar a outra vertente da área de P&D da Vale, a de tecnologia de produto. “É sobre como usar o digital para acelerar o físico, facilitando testes e simulações antes de implantarmos uma operação. Tudo é testado exaustivamente no computador até decidir qual o melhor plano de lavra, como abrir a mina e explorar o minério, até chegarmos à opção mais econômica.”

A tecnologia de produtos é que aponta para a Vale do futuro. O grande motor desta transformação é a necessidade de descarbonizar a economia. O vice-presidente executivo da área cita algumas das inovações mais recentes da companhia, como o briquete verde, apresentado ao mercado no ano passado. Trata-se de um aglomerado feito a frio, com pouco uso de energia, e que reduz em 10% a emissão de carbono na produção de aço pelos clientes da Vale. A mineradora está construindo três plantas de briquete verde em um investimento de US$ 185 milhões.

Outro produto importante e que levou a Vale a aprovar no conselho de administração a criação de uma planta específica para sua exploração é o biocarbono. “Muita gente usa biomassa para gerar energia, queima bagaço de cana ou cavaco de madeira. Ninguém tinha conseguido ainda pegar biomassa e usar em processos metalúrgicos, por exemplo, para fabricar aço. Com o biocarbono que desenvolvemos dá para fabricar ferro-gusa e aço sem emissão de CO2 usando o produto na substituição do carvão mineral”, explica o executivo. A Vale irá construir uma planta em escala industrial para produzir o biocarbono em Pindamonhangaba (SP).

Um dos problemas que afetam as mineradoras é a destinação correta dos rejeitos de minério de ferro que normalmente eram depositados em barragens. Foi a necessidade de encontrar uma destinação correta dos rejeitos e evitar episódios como o do rompimento da barragem de Brumadinho (MG) que fez a área de inovação da Vale desenvolver a areia ecológica. “Os rejeitos que antes eram destinados a barragens são processados e transformados em areia, que desde o ano passado é vendida para uso na construção civil ou doada para pavimentação de estradas”, comenta Siani. Foram sete anos de pesquisas e investimentos da ordem de R$ 50 milhões na areia sustentável. Também voltado à construção civil, a Vale desenvolveu um geopolímero – um tipo de cimento de baixa emissão que utiliza areia residual da mineração. O produto será vendido para ser misturado com areia e brita para a produção de concreto.

Outro esforço tem sido empregado para encontrar soluções e ajudar os clientes a produzir um aço mais sustentável. Siani destaca que cada vez mais é demandado pelas siderúrgicas um minério de ferro de alta pureza, chamado de pelota de redução direta. Ela é necessária para a produção do aço do futuro, sem emissão de carbono, utilizando hidrogênio no processo produtivo. “Nós desenvolvemos uma planta em Omã que vai purificar a pelota tradicional para a de altíssima qualidade. Sabemos que a demanda do futuro será nesta direção, porque o uso do hidrogênio pelos parceiros da siderurgia para fabricação de aço não tolera impureza.”

Algumas das inovações desenvolvidas pela Vale, como o geopolímero, o biocarbono e a areia ecológica, terão sua inserção no mercado feita por empresas apartadas da estrutura da mineradora. Siani explica que a decisão visa acelerar o processo ao dar mais autonomia à empresa composta por profissionais que entendem de mercados que não são core da mineradora. “É mais fácil para o negócio ganhar escala, buscando parceiras para a venda dos produtos que desenvolvemos. Como são negócios em que a Vale não tem experiência, a gente entende que não tem ganho estar dentro da Vale.”

Na tentativa de acelerar os projetos inovadores, a mineradora acaba de criar a Vale Venture, iniciativa de venture capital para investir em startups com foco em soluções sustentáveis para a área de mineração. A ideia é investir US$ 100 milhões em empresas que desenvolvam produtos em quatro linhas de negócios – economia circular, descarbonização, minerais e materiais de transição e mineração 4.0. “Vamos buscar conhecimento no mercado, em participações minoritárias, para acelerar empresas em segmentos que nos interessam.” O único investimento da aceleradora até agora é na Boston Metals, para fabricar aço a partir de eletrólise.

FICHA

Investimento no Brasil: US$ 549 milhões (equivale a 1% do faturamento)

Centros de pesquisa no Brasil : 50 (Vale e parceiros)

Patentes no Brasil e no exterior: 962 (226 ativas no Brasil e 736 no exterior. Em 2021 eram 31 no Brasil e 46 no exterior)

Funcionários em P&D: processo inclui todos colaboradores

Fonte: Valor Invest

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