Olena Zelenska ganhou destaque e está no centro da cena política desde a invasão da Rússia à Ucrânia começou. Esposa do líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, a primeira-dama está fazendo sua voz ser ouvida em favor do povo de seu país. No começo da ofensiva russa, ela passou várias semanas escondida, mudando de refúgio para outro enquanto as tropas de Moscou se aproximavam de Kiev. Diferente de seu marido, ela não tinha a mesma disposição para ocupar cargos públicos, mas saiu dos bastidores quando a guerra começou. “Sempre fui uma personalidade não pública e não gosto da atenção extra que recebo”, comentou a roteirista para a revista francesa Elle um mês antes da ofensiva.
Profissionalmente roteirista, Zelenska, surpreendeu o mundo esta semana quando se dirigiu ao Congresso dos Estados Unidos para pedir um maior apoio Ocidental à Ucrânia, sendo a primeira esposa de um líder estrangeiro a dirigir-se ao Congresso e ser ovacionada por isso. “Ajudem-nos a pôr fim a este horror contra os ucranianos”, implorou, chorando, aos representantes americanos. Ela mostrou imagens de crianças aleijadas quatro meses após o discurso por videoconferência de seu marido. “Em dois anos e meio como primeira-dama, muitas coisas mudaram para mim. Estou ciente de que o destino me dá uma oportunidade única de me comunicar com as pessoas”, acrescenta. A especialista em etiquetas, Anna Chapliguina, epxlica que Zalenska é “é uma pessoa de dever”, que ela não é como “Michelle Obama”, muito confortável no centro dos holofotes, mas como “Kate Middleton em seu início” na família real, compara. “Nunca sonhou nem aspirou virar primeira-dama. Acabou ali por acaso e em meio a uma crise planetária”, resume Chapliguina.
A entrada da Zalenska em cena aconteceu no dia 8 de maio em uma reunião com a primeira-dama americana, Jill Biden, no oeste da Ucrânia. Desde então, a ucraniana cumpre tanto sua agenda de contatos com as esposas dos líderes quanto seus discursos e entrevistas. Nos Estados Unidos, comoveu os legisladores com imagens de Liza Dmitrieva, uma criança que havia conhecido mas morreu em um ataque russo na semana passada, em Vinnytsia, centro da Ucrânia. Para Aliona Guetmantshuk, diretora do New Europe Center, um laboratório de ideias em Kiev, o toque pessoal de Zelenska ajuda a “reforçar a mensagem” sobre a situação crítica em que seu país se encontra. “Fala sobre necessidades humanitárias, que é um tema comum para a primeira-dama. Mas também mostra que, no caso da Ucrânia, mais ajuda militar é sinônimo de mais vidas salvas”, acrescenta a diretora do laboratório.
Formada em arquitetura, Zelenska cresceu na região central da Ucrânia, em Kryvy Rig, de onde também vem seu marido. Ela e Zelenksy se conheceram quando 17 anos e a amizade virou romance quando começaram suas carreiras na indústria do entretenimento, ele como comediante e ela escrevendo suas piadas. Eles se casaram em 2003, antes de se mudar para Kiev e dar à luz Oleksandra, agora com 17 anos, e Kyrylo, com 9. Desconhecida para o público no momento da eleição de seu marido em 2019, Olena afirmou não ter sido avisada quando seu esposo decidiu disputar à presidência. Assim como todo mundo, descobriu a candidatura pelas redes sociais e achou difícil apoiá-lo em eventos oficiais no começo do mandato.
Quando foi dormir no dia 23 de fevereiro, na véspera da primeira ofensiva, Zelenska não imaginou que não voltaria a dormir ao lado de seu marido pelos próximos meses. Embora Zelensky estivesse decidido a não fugir das forças russas, sua esposa se escondeu com as crianças. Eles suspenderam as campanhas a favor da melhora das comidas escolares e a promoção da língua e cultura ucraniana no exterior. “Não vou entrar em pânico e chorar. Estou tranquila e tenho confiança”, assegurou a seus compatriotas em uma mensagem publicada no Facebook.
*Com informações da AFP
Jovem Pan