Após uma semana de indecisão, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, apresentou nesta quinta-feira, 21, sua renúncia, informou a assessoria de imprensa da Presidência, depois que seu governo de coalizão de unidade nacional entrou em colapso. Draghi “reiterou sua renúncia e a do Executivo que chefia”, disse a presidência em um breve comunicado, especificando que “foi informada” da decisão e que ele permanecerá no cargo por enquanto para “dirigir os assuntos atuais”. Essa era uma decisão esperada, depois que o Forza Italia, o partido de direita de Silvio Berlusconi, a Liga, o partido de extrema-direita de Matteo Salvini e o partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E) se recusaram a participar de um voto de confiança solicitado na quarta-feira pelo primeiro-ministro no Senado.
Na semana passada o premiê já tinha anunciado sua intenção de deixar o cargo, mas foi impedido pelo presidente Sergio Mattarella. Na quarta, ele chegou a dizer que ficaria no cargo, porém, exigiu a união de partidos da coalizão. O que nbão aconteceu. Agora, o chefe de Estado, árbitro da política na Itália, deve abrir um processo, de acordo com as regras de uma democracia parlamentar, que na opinião de muitos observadores levará a eleições antecipadas para a primeira ou segunda semana de outubro.
Mario Draghi estava no poder desde fevereiro de 2021 e foi designado primeiro-ministro da Itália para socorrer seu país da emergência sanitária, política e econômica que enfrentava. Ele era uma figura muito respeitada, que costuma se colocar acima dos partidos, ele mostrou capacidade de conduzir o país liderando uma coalizão que caminhava em uma linha delicada, com partidos antagônicos, tanto da extrema-direita quanto da esquerda, contudo, jogou a toalha esgotado pelas disputas dentro de sua coalizão de unidade nacional. A crise política, que vinha crescendo há meses em Roma, tendo como pano de fundo as disputas internas do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E), acabou derrubando a coalizão heterogênea e abriu o caminho para as eleições.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan