Ataque a tiros em um shopping em Copenhague, capital da Dinamarca, deixou três mortos e quatro pessoas gravemente feridas. Um homem de 22 anos foi preso em decorrência do ataque. O jornalista brasileiro Joseph Dana, que estava no local durante o tiroteio, deu entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, e relatou o caso. Em relação às circunstâncias do ataque, ele conta que o momento foi de desespero geral: “No exato momento, por volta das 18h (horário da Dinamarca), eu estava saindo do shopping no térreo, onde fica a saída principal, e o tiroteio aconteceu no segundo piso… Quando estava próximo da porta comecei a ouvir os estrondos, uns três ou quatro, e logo em seguida mais três disparos. Muita gente gritando, chorando e correndo desesperadamente. Um clima de pânico tomou conta do shopping, que é um dos maiores centros comerciais de Copenhague”.
“A única coisa que eu pensei na hora foi sair correndo. Eu estava, graças a Deus, sozinho, minha família estava em casa e conseguimos escapar com vida”, desabafou o jornalista. Segundo Dana, as investigações ainda estão em curso e o atirador presta depoimento nesta segunda-feira, 4. A respeito das motivações do crime, o brasileiro esclareceu que as autoridades ainda estão apurando algumas hipóteses: “Por ser um bairro que concentra a maior parte de imigrantes que vivem na Dinamarca, há uma possibilidade de ser alguma coisa relacionada a xenofobia. Mas, nesse momento o que a gente houve das investigações e da própria imprensa local é que o que teria motivado a tragédia não seria algo específico”.
De acordo com o jornalista, o próprio atirador tem problemas psiquiátricos “seríssimos e severos” e um histórico com passagem pela polícia dinamarquesa, O atirador também estava em tratamento psiquiátrico mas não frequentava a clínica. “O que se trabalha nesse momento é a hipótese de ter sido um ato isolado por um surto psicótico e a polícia está tentando entender nesse interrogatório que começou por volta de 13h de Copenhague, o que teria realmente motivado o ataque”, explica. Dana detalha que o clima no país europeu ainda é de muita tristeza e apreensão da população porque casos de violência como este são muito raros.
“A Dinamarca é um país extremamente pacífico, Copenhague é uma cidade onde não há registro de grandes casos de violência. A gente ouve notícias relacionadas a brigas de jovens gangues que acabam se envolvendo com armas brancas, algumas vezes até um tiroteio entre eles em locais públicos. Mas, nunca houve um caso como esse dentro de um shopping center aqui. Então, as pessoas ainda estão consternadas e em estado de choque. Muita gente se dirigiu ao shopping, que foi fechado e ficará fechado ao longo da semana. Inclusive, há uma escola de crianças de até seis anos de idade que funciona no topo do edifício do shopping que também ficará fechada”, declarou.
Joseph não poupou elogios às autoridades dinamarquesas tanto na prisão do indivíduo, quanto na criação de meios para atender a população traumatizada pelo ataque. “O que as autoridades fizeram de forma praticamente imediata foi abrir canais físicos, e via telefone e internet para que as pessoas entrassem em contato para conversar com um serviço social e psicológico que vai tentar amenizar o trauma… A polícia agiu com muita perícia, agilidade e conseguiu deter o atirador e contornar a situação”.
Jovem Pan