Israel vai às urnas pela quinta vez em menos de quatro anos. A decisão saiu nesta quinta-feira, 30, depois que os deputados dissolveram o Parlamento e encerraram o breve governo de um ano do primeiro-ministro Naftali Bennett, que liderou uma coalizão de oito partidos (direita, esquerda e centro), que incluiu pela primeira vez uma formação árabe, algo histórico em Israel. A dissolução foi aprovada por 92 votos a favor e nenhum contrário, de um total de 120 cadeiras no Parlamento. Antes da votação, os deputados estabeleceram 1º de novembro com a data para as próximas legislativas.
O principal objetivo da coalizão era acabar com 12 anos ininterruptos de governo do direitista Benjamin Netanyahu, mas também formar um Executivo, algo que havia sido impossível após as três eleições anteriores. Bennett deixará o cargo à meia-noite para ser substituído por seu parceiro de coalizão, o ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, que liderará o governo durante o que deverá ser uma amarga batalha eleitoral contra o líder da oposição e ex-premiê Benjamin Netanyahu.
Bennett, ex-comandante do Exército e milionário da tecnologia, não concorrerá à eleição. Horas antes da dissolução do Parlamento ele informou que não iria se candidatar nas próximas eleições. Em um comunicado na noite de quarta-feira, ele disse que seu governo deixou um “país próspero, forte e seguro” e mostrou que partidos de diferentes extremidades do espectro político podem trabalhar juntos. Benjamin Netanyahu prometeu voltar ao poder à frente do partido de direita Likud, o qual as pesquisas de opinião mostram como o mais forte.
Antes da votação, o candidato que foi deposto há pouco mais de um ano pela improvável coalizão de partidos de direita e esquerda de Bennett, declarou: “Eles prometeram mudanças, falaram de cura, realizaram um experimento –e o experimento falhou”. “Isso é o que acontece quando você pega uma falsa direita junto com uma esquerda radical e mistura com a Irmandade Muçulmana e a Lista Conjunta (coligação árabe)”. Pesquisas apontam que o cenário político israelense continua muito fragmentado, com 13 partidos compartilhando as 120 cadeiras do Kneset.
Fonte: Jovem Pan