Bolsas de NY fecham em queda ante sinais de economia ainda forte e temor por alta de juros

Bolsas de NY fecham em queda ante sinais de economia ainda forte e temor por alta de juros
Sinais de uma economia ainda forte dão margem para um aperto monetário mais agressivo pelo Fed Os três principais índices acionários de Wall Street tentaram estender os ganhos da semana passada, mas fecharam no vermelho na sessão de hoje. Sinais de uma economia ainda forte preocupam os investidores, uma vez que dão margem para um aperto monetário mais agressivo pelo Federal Reserve (Fed), o que pode aumentar as chances da economia americana ir a uma recessão. Hoje, petróleo e yields voltaram a subir.

No fim da sessão, o índice Dow Jones terminou em queda de 0,20%, a 31.438,26 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 3.900,11 pontos, e o Nasdaq caiu 11.524,55 pontos. Entre os índices setoriais do S&P 500, o melhor desempenho ficou com o segmento de energia, com ganhos de 2,78%. As ações da Chevron subiram na sessão 1,93%. O setor busca se recuperar das perdas recentes, diante de uma desvalorização dos preços do petróleo nas últimas semanas, em meio à preocupação de que uma recessão diminua a demanda pela commodity. Até aqui, no mês de junho, o setor de energia acumula perdas de 14,5%.

Os preços do petróleo fecharam em alta, com WTI e Brent (ambos para agosto) subindo mais de 1,5%. O avanço ocorreu em um dia em que o JPMorgan avaliou um cenário mais otimista para a economia global. “Embora a probabilidade de recessão tenha aumentado significativamente, não a vemos como um cenário base nos próximos 12 meses. De fato, vemos o crescimento global acelerando de 1,3% no primeiro semestre deste ano para 3,1% no segundo semestre”, disse o banco.

Também hoje, dados da encomenda de bens duráveis nos Estados Unidos, em maio, vieram mais forte do que o esperado, mostrando uma economia mais pujante. Para tirar mais ainda a chance de uma retração do horizonte, o indicador GDPNow, do Fed de Atlanta, divulgado nesta segunda, apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) americano deve subir 0,3% no segundo trimestre. Na projeção anterior, de 16 de junho, o medidor apontava para uma estabilidade.

Se por um lado uma força na economia traz o otimismo da distância de uma recessão, por outro o cenário oferece mais margem ao Fed para seguir em seu aperto monetário mais rígido. Assim, hoje, perto das 17h40, a chance de mais um aumento de 0,75 ponto percentual nas taxas de juros dos EUA era de 96,3%, segundo dados do CME Group, com base nos contratos futuros dos Fed Funds. Na semana passada, essa probabilidade era de 88,5%.

Serviços de comunicação e consumo discricionário tiveram os piores desempenhos da sessão. As ações da Amazon caíram 2,78%. Empresas do setor de turismo que haviam se beneficiado na semana passada hoje foram penalizadas.

Na sessão, o yield da T-note de dez anos operava em alta, a 3,211%, de 3,136% da última sessão. Já o dólar seguia mais fraco no exterior, com o DXY caindo 0,19% no horário mencionado acima.

Escultura da garota destemida, em frente ao prédio da Bolsa de NY

Ahmer Kalam/Unsplash