O Ministério da Saúde regulamentou a telessaúde no Brasil. Em evento para marcar a implementação da “UBS Digital”, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga ressaltou a importância desses atendimentos, principalmente para regiões mais carentes, onde os deslocamentos são complexos. Por isso, a ideia é levar a novidade para 48 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 53 mil equipes de saúde da família. Ao todo, quase R$ 15 milhões serão disponibilizados para reestruturação e informatização do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente na zona rural de difícil acesso. O ministro avalia que a telemedicina é “um caminho sem volta”. “Não é uma fórmula mágica, não é uma tecnologia que resolve. São os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde. Acredito que estamos dando um passo muito forte para o estabelecimento de uma política pública. Não é assinatura de uma portaria, é a instituição de uma política pública que vai concentrar todas as ações do Ministério da Saúde”, afirmou.
O presidente do Conselho do Hospital Albert Einstein, Cláudio Lottenberg, avalia que o teleatendimento não vai resolver todos os problemas da saúde no país, mas pode ajudar bastante. “Nem sempre temos capacidade de resolver no primeiro atendimento, precisamos de exames que sejam importantes para dar suporte para o raciocínio médico, mas evidentemente que isso foi quebrado O diretor-geral do Instituto Nacional de Cardiologia, Carlos Sherr, avalia que a telemedicina terá papel importante na prevenção das doenças e deve olhar de maneira diferente para a população mais carente. “O grande beneficiado é o mais desassistido, porque vai ter acesso a uma medicina que ele nunca teve. Vai ter acesso a profissionais de saúde que ele nunca teve, a profissionais que às vezes cobram caro no seu consultório privado e vão dar assessoria de graça pela telemedicina”, conclui.
Atualmente, o Brasil tem cerca de 100 milhões de pessoas desconectadas. O governo federal, no entanto, conta com a tecnologia 5G para solucionar a questão. O professor José Luiz Gomes do Amaral, da Unifesp, disse que depois de ouvir as explicações dos técnicos do Ministério da Saúde ficou mais tranquilo que o problema tem solução. “A impressão que nós temos é que o assunto não está resolvido, mas está muito bem equacionado”, completou. Segundo o Ministério da Saúde, os atendimentos online garantem a detecção precoce das doenças. A ideia é que sejam oferecidos atendimentos pré-clínicos, suporte assistencial, monitoramento, diagnóstico e acompanhamento durante o tratamento ou pós-cirurgia.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
Fonte: Jovem Pan