Cientistas australianos anunciaram nesta quarta-feira, 1, a descoberta da maior planta do mundo. A erva marinha da espécie “Posidonia australis”, foi localizada nas águas claras e rasas na Área de Patrimônio Mundial de Shark Bay, na Austrália, e se estende 180 Km – equivalente a 20 mil campos de futebol. De acordo com o estudo publicado na revista New Scientist, a planta tem 4.500 mil anos. A estimativa da idade foi realizada tendo como base seu crescimento que é de 35 cm por ano.
A descoberta foi realizada a partir de 18 mil amostras de plantas coletadas em 10 locais diferentes das suas duas enseadas, segundo a pesquisadora Jane Edgeloe, estudante e pesquisadora da Universidade da Austrália Ocidental. De todas, nove eram idênticas e, provavelmente, sua expansão se deu a partir de uma única muda colonizadora. “É o maior exemplo conhecido de clone em qualquer ambiente da Terra”, afirmou Elizabeth Sinclair, da Universidade da Austrália Ocidental, uma das coautoras da pesquisa.
Our researchers have discovered the world"s largest plant in our very own Shark Bay. The seagrass is dated to be 4,500 years old, stretching across 180km #UWA pic.twitter.com/EgQu8ETBSF
— UWA (@uwanews) June 1, 2022
Diferente dos outros pastos naturais do norte de Shark Bay que se reproduzem sexualmente, as ervas marinha, também conhecida como grama marinha, se clonam e criam novos brotos que se ramificam em seu sistema radicular, o que facilitou a reprodução. Prova disso é que durante a pesquisa, os cientistas perceberam que mesmo as mudas de locais diferentes eram geneticamente iguais. Contudo, apesar de ser um clone, os estudiosos apontam que ela é uma espécie híbrida de duas espécies e possui dois conjuntos completos de cromossomos. Essa combinação de genes é apontada como uma das responsáveis pela sua sobrevivência
De acordo com as informações fornecidas pelo The Guardian, a planta serve de habitat para uma enorme variedade de espécies marinhas, incluindo tartarugas, golfinhos, dugongos, caranguejos e peixes. Seu longo período de vida pode ser explicado pelo fato de estar longe de locais estressantes e possuírem espaço para se desenvolverem, segundo a professora da Universidade Edith Cowan, Kathryn McMahon, que também é especialista em ervas marinhas.
Fonte: Jovem Pan