Emmanuel Macron nomeou nesta segunda-feira, 16, Élisabeth Borne para o cargo de primeira-ministra. Ela é a segunda mulher a ocupar a posição – a primeira foi Édith Cresson (1991-1992) – e assume o lugar de Jean Castex que renunciou horas antes. Borne tem 61 anos e terá como objetivo aplicar o programa de Macron, reeleito em abril para mais cinco anos no cargo, desde que obtenha maioria nas próximas eleições legislativas, prevista parra os dias 12 e 19 de junho. Durante a transição de poderes, a nova chefe de Governo prestou homenagens a Cresson e dedicou sua nomeação a “todas as meninas” a quem aconselhou: “Busquem seus sonhos, nada deve parar a luta pelo lugar das mulheres em nossa sociedade”. Borne conhece em primeira mão a principal reforma que o presidente espera realizar: o impopular adiamento da idade de aposentadoria de 62 para 65 anos.
Essa troca vem a menos de um mês das eleições legislativa, da qual Macron deve alcançar uma maioria de deputados e enfrenta uma aliança da esquerda, liderada pela ala radical, e uma forte extrema-direita. Embora os institutos de pesquisa projetem uma nova maioria para o partido no poder, a escolha de Borne é importante. Ela acena para o eleitorado de centro-esquerda, insatisfeito com a aliança liderada pelo esquerdista Jean-Louc Mélenchon. Além de ser mulher – uma opção apoiada por 74% dos franceses, segundo uma pesquisa recente da Ifop -, esta ex-chefe de gabinete da socialista Ségolène Royal também pertence à ala de centro-esquerda do partido. Em seu primeiro discurso oficial, Élisabeth Borne, que também é candidata a deputada, prometeu “atuar mais rápido e com mais força” contra a mudança climática e pelo diálogo para construir as políticas públicas.
Quem é Élisabeth Borne?
Borne é conhecida por sua tenacidade e lealdade a Macron. A engenheira nascida em Paris, já ocupou as pastas de Transportes e Transição Ecológica durante o primeiro mandato do presidente reeleito em abril. Ela é parte da ala de centro-esquerda, uma vantagem em um momento em que novas reformas sociais são esperadas, principalmente devido ao polêmico aumento da idade de aposentadoria. Como ministra do Trabalho desde julho de 2020, em plena pandemia, foi responsável por reformas sensíveis, como a do seguro-desemprego, que sofreu uma rejeição unânime dos sindicatos.
Ela tem a seu favor o plano “um jovem, uma solução”, que mobilizou uma série de medidas a favor do emprego, entre elas, um massivo auxílio para as capacitações, com o objetivo de evitar uma “geração sacrificada”. À frente do Ministério dos Transportes em 2017, Borne avançou com a reforma ferroviária. Sua experiência no serviço público incluiu ainda a Prefeitura de Paris, onde foi responsável pelo departamento de Urbanismo. No setor privado, atuou na construtora Eiffage em 2007. Discreta sobre sua vida pessoal, perdeu o pai “muito jovem” e sua mãe não tinha muitos recursos. Borne afirma que encontrou nas exatas “algo bastante tranquilizador, bastante racional”.
Fonte: Jovem Pan