O número real de civis mortos na Ucrânia em decorrência do conflito com a Rússia, é maior que o divulgado, de 3.381, segundo a chefe da Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia. “Temos trabalhado em estimativas, mas tudo o que posso dizer por enquanto é que é milhares mais alto do que os números que lhe demos atualmente”, disse Matilda Bogner em uma coletiva de imprensa em Genebra, quando questionada sobre o número total de mortos e feridos. A equipe da ONU, que inclui 55 monitores na Ucrânia, disse que a maioria das mortes ocorreu devido ao uso de armas explosivas com uma ampla área de impacto, como mísseis e ataques aéreos. A Rússia nega ter como alvo os civis.
Bogner também falou sobre as complicações que sua equipe tem enfrentado para conseguir monitorar a situação de Mariupol “onde tem sido difícil para nós ter acesso total e obter informações totalmente corroboradas”, relatou. Durante a entrevista, ela também informou que está sendo investigado as alegações que tem sido realizadas sobre tortura, maus-tratos e execuções pelas forças ucranianas contra as forças invasoras russas e grupos armados afiliados. “Em termos da extensão das violações pelas forças ucranianas – embora a escala seja significativamente maior do lado das alegações contra as forças russas -, também estamos documentando as violações pelas forças ucranianas”, disse ela.
Não é só o número de mortos que é alto, a quantidade de refugiados também impressiona. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), só dentro do território ucraniano mais de oito milhões de pessoas tiveram que deixar a sua casa e encontrar abrigo em outros lugares do país, devido à invasão russa que acontece desde o dia 24 de fevereiro. Além dos deslocados internos, 5,9 milhões de ucranianos fugiram da Ucrânia. Dos deslocados internos, 63% são mulheres e quase metade foram obrigadas a abandonar suas casas no leste – estima-se que 3,9 milhões de pessoas deixaram sua residência nessa região – onde está concentrada a ofensiva russa. “As necessidades dos deslocados internamente e de todos os afetados pela guerra na Ucrânia aumenta a cada hora que passa”, afirmou o diretor geral da OIM, Antoinio Vitorino.
Jovem Pan