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PIB pode crescer 2% em 2022, diz economista-chefe do Bradesco

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Perspectiva de Fernando Honorato baseia-se em dados de abril acompanhados pelo banco, que tem como projeção oficial crescimento de 1% para a atividade econômica em 2022, com viés de alta Num “cenário de cauda”, ainda bem fora do cenário base, Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, considera a possibilidade de o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro chegar a crescer 2% em 2022.

Essa perspectiva, diz ele, baseia-se em dados de abril acompanhados pelo banco e relativos a diversos setores. Ele ressalta que ainda aguarda os dados de maio para verificar se a reação de abril não foi apenas efeito temporário da maior abertura econômica, com liberação de uso de máscaras em vários locais. A projeção oficial do banco é de crescimento de PIB de 1% em 2022, com viés de alta.

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Dados de abril de setores acompanhados pelo banco, diz Honorato, mostram demanda doméstica com sinais de “resiliência”. O mês de abril, conta, mostrou reação da atividade possivelmente sob influência da maior abertura da economia e queda de obrigatoriedade no uso de máscaras em vários locais.

Isso, diz ele, fez começar a surgir, ainda com muito cuidado e num “cenário de cauda” uma perspectiva de que o PIB do país poderia crescer até 2% neste ano. O economista reforça, porém, que é preciso ainda esperar cerca de 30 dias para verificar esses efeitos de retomada percebidos em abril. As declarações foram dadas nesta terça-feira (03), em evento on-line sobre discussão de conjuntura econômica promovido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

“Esperamos os dados de maio para saber se os dados de abril não foram apenas o efeito de reabertura”, ressalta. Nesse cenário ainda em esboço e a ser confirmado, “a direção é de mais PIB”, diz, que vem essencialmente em serviços. “Nossa surpresa está se dando em serviços e comércio, um pouco menos de indústria, alguma coisa de agricultura, mas menos. Isso deve vir em benefício da arrecadação dos municípios porque o que está acontecendo é a retomada de serviços, que ainda estão abaixo do nível pré-pandemia.”

O economista ressalta, porém, que é preciso “boa prudência” ao olhar os dados de recolhimento tributário. “Essa arrecadação não é permanente, é temporária, associada às commodities, à reabertura e às transferências do governo”, diz Honorato, que não está otimista para o PIB de 2023.

“A política monetária vai surtir efeitos, teremos menos transferências do governo federal na margem e uma nova configuração de forças políticas que precisará fazer reformas.”

O economista-chefe do Bradesco também mencionou indicadores que mostram solvência do país e do agregado das empresas como fatores que devem ajudar o país a atravessar o período mais turbulento com efeitos da guerra, pandemia na China, esperada alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Apesar desses fatores positivos, diz ele, o país não está imune a esses eventos e uma das preocupações é a alta inflação que, apesar de não estar fora do controle, deve demandar juros mais altos por mais tempo. Para ele, a Selic deve chegar a um nível entre 12,75% e 13,75% em 2022.

Considerando o nível de taxa de juros necessário para trazer a inflação para o centro da meta do Banco Central (BC), diz ele, seria necessário uma Selic de 15% ou 16%. “Não é razoável e não defendo isso”, diz.

“O BC, provavelmente, vai parar entre 12,75% e 13,75% e vai trocar pico por média. Juros vão ficar altos por mais tempo para fazer a inflação desacelerar.”

Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco.

Ana Paula Paiva/Valor

Fonte: Valor Invest

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