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Foliões vão às ruas para defender desde as causas LGBTQIA+ até os movimentos feministas

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Sátiras ao preço da cenoura, à compra de viagra pelas Forças Armadas também ilustraram as fantasias dos cariocas

Getty Images

Nos blocos que tomaram conta do centro da cidade do Rio de Janeiro, a irreverência foi ponto de partida para críticas sociais e sátiras políticas. Teve espaço para todas as bandeiras, do feminismo ao movimento LGBTQIA+. A situação econômica do país não escapou do radar carnavalesco dos foliões.

No cortejo do Docinhos Carinhosos, na Praça Marechal Âncora, Charles Pereira foi fantasiado de Superinflação. Para destacar a alta dos preços dos alimentos, ele “batia” com um adereço com o formato de cenoura nos outros integrantes do bloco. Apontado com o vilão da carestia, o legume “causou” no bloco.

Também antenados com os últimos acontecimentos, os amigos Michael Rogers, de 34 anos, e João Victor Félix, de 25, vindos de Macaé e Fortaleza, respectivamente, se vestiram de militares do Viagra. Fez sucesso a sacada da roupa verde-oliva com as frases: “Vende-se Viagra” e “Temos também prótese peniana”. Há menos de duas semanas, veio à tona a compra feita pelas Forças Armadas de 35 mil comprimidos para disfunção erétil. "É um absurdo tudo que vem sendo noticiado", destacou Félix.

Na concentração do bloco Besame Mucho, em Santa Teresa, a diversão mostrou que combina com gente de opinião firme. A engenheira Aline Costa fez questão de deixar claro que a decisão de escolher com quem “ficar” partiria exclusivamente dela. “Fica com Deus porque comigo não vai rolar” era a frase escrita na camiseta da moça.

"Essa fantasia é para evitar que a galera chegue e fique importunando. Eu prefiro assim. Ninguém se aproxima, e eu sou a pessoa que escolho. A escolha é minha. E pronto. Sou uma mulher decidida e tenho total direito sobre meu corpo e minhas escolhas. Eu estou no comando", afirmou

O empoderamento feminino também marcou presença no Morro da Conceição, onde uma foliã exibia no peito a tatuagem “Mais carnaval, menos ódio”. Mas, como sempre, os blocos são democráticos. E, com o carnaval fora de época, ficaram mais intimistas. Sem a muvuca comum na pré-pandemia, a artesã Júlia Menezes aproveitou essa tranquilidade para circular pelos blocos no Centro com a filha de quase 2 anos e um sobrinho de 7. "Gostei bastante, trouxe as crianças, sem aquele medo de tumulto. Nos próximos anos, poderiam ver um jeito de espalhar mais os blocos para continuar assim. Minha família está aproveitando muito, jogando espuma pra lá e pra cá. Sem empurra-empurra, sem briga e com a alegria de aproveitar o carnaval", disse Júlia.

Diferentemente dos outros carnavais em que os blocos arrastam multidões, esse ano os desfiles estão reunindo em torno de cem pessoas e mais concentrados no Centro. Curtindo o primeiro carnaval de rua com seu filho Dante, de 2 anos, a professora e artesã Paula Oliveira foi ontem ao Flor do Reggae, na Praça Marechal Âncora. Sobre seus ombros, o menino olhava atentamente o movimento da bateria e das pessoas em pernas de pau. "Fiquei feliz. Eu queria muito trazer meu filho, que nasceu no início da pandemia. Achei bem tranquilo. O importante é as pessoas serem receptivas e oferecerem um apoio para gente, uma galera que dê suporte", comentou.

Fonte: Valor Invest

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