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Federação que reunirá PT, PCdoB e PV propõe revogar reforma trabalhista

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A federação partidária que reunirá PT, PCdoB e PV incluiu a defesa da revogação da reforma trabalhista e do teto de gastos em sua carta-programa. A "Federação Brasil da Esperança" foi registrada nessa segunda-feira (18), em cartório eleitoral junto com o programa e o estatuto, para depois ser encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O documento final foi redigido em reunião que começou no sábado (16) e terminou no domingo (17) com representantes dos partidos. Eles usaram como base documento discutido e aprovado na reunião do diretório nacional petista, na quarta-feira (13), embora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheça entraves para a iniciativa.

Como o jornal “Folha de S.Paulo” mostrou, um documento preliminar indicava o termo "revisão" da reforma trabalhista, que foi alterado após as discussões no encontro da direção do PT. A opção pela palavra "revogação" teve apoio de todas as correntes do partido, inclusive a de Lula.

A opção por usar o termo "revogação" pode ser entendida como um passo além das declarações do próprio ex-presidente, que não tem falado explicitamente nessas condições. Em entrevistas, Lula tem afirmado que pretende retomar direitos que foram extintos. O petista também tem dito que é a favor da valorização do papel dos sindicatos e de uma legislação que inclua trabalhadores de aplicativos.

Em evento com sindicalistas na quinta-feira (14), Lula afirmou, ao citar as condições dos trabalhadores por aplicativo e a "contrarreforma" trabalhista espanhola, que é preciso adaptar uma nova legislação à realidade atual. "Não queremos voltar para trás", disse.

Em entrevistas, Lula tem evitado falar diretamente em revogar reforma, afirmado que pretende retomar direitos que foram extintos

ABr

No sábado, os dirigentes de PV e PCdoB referendaram o novo termo e decidiram encampar a defesa da revogação do teto de gastos. Aliados de Lula, porém, dizem que, na prática, só devem ser revogados trechos pontuais da reforma. Até porque, é preciso que o Congresso aprove as alterações.

No texto aprovado pela federação, os partidos afirmam que, além da revogação, defendem a implementação de uma nova reforma "feita a partir da negociação tripartite, que proteja os trabalhadores, recomponha direitos, fortaleça a negociação coletiva e a representação sindical e dê especial atenção aos trabalhadores informais e de aplicativos".

Já a revogação do teto foi defendida pelo entendimento de que não é possível alterar o sistema macroeconômico sem alterar o limite de gastos públicos. A eliminação do mecanismo também já foi defendida por Lula em diversas declarações. Em entrevista em março, por exemplo, o petista afirmou que, em um eventual governo, irá "gastar o que for preciso gastar".

"Vamos fazer o que for necessário para melhorar a vida do povo. Vamos gastar o que for preciso gastar. Muitas vezes o gasto é investimento", afirmou, na ocasião. Lula disse ainda que não acredita em teto de gastos, principal âncora fiscal do governo, e que ele é "incompetência de quem governa o país".

O texto da federação versa ainda sobre a criação de marcos legais e institucionais que "enfrentem os grandes monopólios das plataformas digitais, privadas e internacionais", que, segundo os partidos, têm sido utilizadas "pelos setores mais retrógrados para promover o negacionismo, a desinformação e o ódio, interferindo em processos políticos democráticos no Brasil e no mundo".

Aliados de Lula temem a mobilização da base bolsonarista via redes sociais e o disparo de fake news, daí a defesa de maiores controles de big techs. Além disso, propõe ampliar o acesso à internet. "É preciso assegurar uma internet de qualidade em todo o território nacional e a toda a população e que lhe seja assegurado o efetivo direito à informação", continua a carta.

Na primeira versão do documento, havia a defesa de recriação do Ministério do Trabalho. O trecho foi retirado, porém, após avaliação de que a carta-programa não era o espaço ideal para defender esse tipo de mudança, que está ligado a um programa de governo.

Há ainda a avaliação de que "é fundamental construir um amplo e robusto programa de transferência de renda para reduzir desigualdades no Brasil". A leitura de representantes da federação é que é preciso alterar o Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família, marca de governos petistas.

Não só a previsão de pagamento de R$ 400 mensais aos beneficiários é temporária, como também existe a leitura de que o programa é frágil e que é preciso construir um plano que seja mais efetivo.

A federação ainda defende uma reforma "política e eleitoral", com a "recriação de instrumentos como conferências e conselhos". "É preciso realizar reformas do aparelho de Estado e dos órgãos de controle, que assegurem a transparência da máquina administrativa, o combate à corrupção sem desvios políticos e ideológicos e com a abertura dos processos decisórios aos interesses populares", diz o texto.

Fonte: Valor Invest

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