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No Rio, Lula ataca preços da Petrobras e projeta dificuldades com o Congresso

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"Vou conversar com todo mundo. Não se preocupe, banqueiro e empresário", discursou O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a política de preços da Petrobras em discurso, na noite de hoje, no Rio de Janeiro. Lula também projetou a maior dificuldade em um eventual novo governo: a força política do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), que relacionou ao orçamento secreto.

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Lula discursou no Festival Vermelho, evento de comemoração do centenário do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em Niterói, na região metropolitana do Rio. O discurso de 48 minutos abriu espaço a promessas e conjecturas sobre as forças com as quais terá de lidar, no Congresso, se eleito.

Sobre Petrobras, Lula afirmou de forma genérica que a empresa “voltará a ser do povo brasileiro”. Ele disse que, se eleito, vai reverter a política da estatal de preços pareados com o mercado internacional de óleo e gás a fim de “abrasileirar” os preços dos derivados de petróleo.

“No meu governo [2008], o barril de petróleo chegou a US$ 147 e o litro da gasolina custava R$ 2,67. Agora jogam a culpa na guerra da Ucrânia e botam tudo nas costas do povo brasileiro”, disse. “Se preparem, brasileiros e brasileiras, porque nós vamos abrasileirar o preço do combustível, do óleo diesel e do gás de cozinha nesse país”, acrescentou.

O ex-presidente afirmou que os dois últimos governos aumentaram a dependência do país com relação à importação de combustíveis e insumos da indústria de óleo e gás como um todo, ao reduzirem políticas de conteúdo local. Os fertilizantes, cuja importação está ameaçada pela guerra, também foram lembrados. Lula citou fábricas brasileiras desses produtos que foram fechadas em Estados como Paraná e Sergipe.

PCdoB faz festival no Caminhos de Niemeyer no Rio de Janeiro e tem presença de Luís Inácio Lula da Silva

Brenno Carvalho/Agência O Globo

Lula também falou em incluir as faixas de menor renda no orçamento público, tópico frequente de todos os discursos dele. “A contrapartida para compensar será colocar o rico no Imposto de Renda, porque eles não pagam Imposto de Renda nesse país”, disse.

Mas ao final, o ex-presidente voltou ao tom conciliador ao dizer que será o “Lulinha paz e amor”. “Vou conversar com todo mundo. Não se preocupe, banqueiro e empresário. Mas o que eu sei é que não posso perder muito tempo porque vocês nunca vão votar em mim. Quem vai votar em mim é o povo trabalhador”.

Lula atacou o orçamento secreto instituído sob a presidência da Câmara de Arthur Lira. Para o ex-presidente, isso lhe garante controle maior sobre a Câmara dos Deputados do que teve Ulysses Guimarães no fim dos anos 1980. “[Governar] não vai ser tarefa fácil. Não basta votar no Lula, é importante ter em conta o que acontece no Brasil hoje”, discursou. “Eu já disse que nem o Doutor Ulysses teve tanto poder. Esse orçamento secreto é a maior vergonha desse país. Se é secreto tem safadeza”, completou.

Lula ainda reforçou a preocupação com a governabilidade de um futuro governo. “Se não construir maioria de deputados e senadores, vamos ficar fragilizados. [O deputado] Ricardo Barros (PP) já disse que qualquer presidente eleito tem que saber que vai comer na mão da Câmara”.

Os ataques ao principal adversário na disputa, o presidente Jair Bolsonaro, vieram somente mais para o fim do discurso. Lula prometeu, como primeiro ato de governo, se eleito, convocar todos os 27 governadores para uma reunião em Brasília para discutir um programa de recuperação econômica e “refazer” o pacto federativo. “Bolsonaro não se reúne com um prefeito, com ninguém, só com os milicianos dele”, disse.

Rio

A partir deste sábado, Lula terá cinco dias de encontros com quadros da esquerda fluminense e eventos abertos ao público, como um ato na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), marcado para quarta-feira. Além das aparições públicas, Lula tem a missão de pacificar a aliança dos partidos de esquerda que o apoiam no Estado (PSB e PCdoB).

A divergência mais evidente diz respeito ao candidato da aliança lulista ao Senado pelo Rio de Janeiro. São cogitados os nomes do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), e do deputado federal Alessandro Molon (PSB).

Para governador do Rio, Lula tem reiterado apoio ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB), mas também é cortejado pelo ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT). Junto a Felipe Santa Cruz, atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Neves deve integrar a chapa patrocinada pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) para a disputa pelo governo local.

Todos esses quadros estavam sentados ao lado de Lula na primeira fileira do palco do ato de hoje e vão tentar acompanhar o ex-presidente no périplo pelo Rio. Também na primeira fileira estavam a noiva de Lula, Janja da Silva, a presidente do PT, Gleisi Hoffman (PT), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB). Hoje envolvido nas discussões do programa econômico de um eventual governo Lula, o ex-ministro da Educação e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também estava no palco.

O Festival Vermelho do PCdoB começou ontem e termina na noite deste sábado, na área de shows do Caminho Niemeyer, cartão postal de Niterói que leva o nome de quem o projetou, o arquiteto e comunista Oscar Niemeyer. Além do comício, houve debates, feira gastronômica e programação cultural.

Fonte: Valor Invest

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