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Governo abandona usina de etanol e deixa prejuízo de R$ 12 milhões




Numa área de 3 mil metros quadrados na comunidade de Bananeiras, zona rural de Arapiraca, estão abandonados investimentos superiores a R$ 12 milhões (em valores de 2014) em equipamentos comprados com o dinheiro público, que neste momento poderiam ajudar mais de 50 mil agricultores familiares do Agreste e Sertão que querem produzir mais, melhor e em áreas menores.


Os laboratórios do Polo Agroalimentar de Arapiraca foram esquecidos pela secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação. Hoje os equipamentos agregam frustração de cientistas, confirmam a incapacidade da gestão Renan Filho (MDB) em incentivar a assistência técnica rural e de transferir tecnologia para a agricultura. Uma destilaria de Etanol da mandioca está entre os equipamentos que estão enferrujando por conta do abandono.


Além da usina, tem laboratórios de química e pesquisa aplicada; de solo, água e de irrigação; de produção semi-industrial de derivados da mandioca; de processamentos de hortaliças, mandioca e frutas; tecnologia de alimentos; e de pesquisa aplicada da agrometeorologia. Tudo estava sob a gestão da Secretaria de Ciência e Tecnologia, que não conseguiu tocar nenhum projeto relevante por falta de recursos estaduais.


USINA


A usina foi construída para desenvolver pesquisas e produzir etanol aproveitando a superprodução de mandioca do Agreste. O combustível alternativo atenderia a Universidade Estadual de Alagoas e outras empresas públicas. O o excedente iria para o mercado local. A usina nunca conseguiu atender a demanda almejada.


E a situação dos laboratórios? Segundo um professor de química da Universidade Estadual, seguem o mesmo caminho do abandono. Os objetivos eram promover o surgimento de novas tecnologias e serviços, e possibilitar a execução dos projetos e pesquisas na área das cadeias produtivas da região. O público-alvo eram os agricultores familiares.


O Polo Agroalimentar fica a 130 quilômetros de Maceió. Os produtores rurais da região acreditaram nas promessas de que reduziriam os gastos com análises de solo, da água, da qualidade dos produtos e com outras pesquisas desenvolvidas para a produção de alimentos. Hoje, eles gastam com os laboratórios de Maceió e estados vizinhos. O polo também prometia absorver parte da produção de mandioca no processo de fabricação de etanol e incentivar os pesquisadores locais.


O projeto integral dos polos agroalimentares dos municípios de Batalha e Arapiraca custou R$12 milhões. O dinheiro aplicado saiu dos cofres públicos, R$ 8 milhões foram da parceria entre a FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), do governo federal, e 30% (R$4 milhões) de contrapartida do governo do Estado, através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, e da Fapeal (Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoa)s, além da UFAL (Universidade Federal de Alagoas) e UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas). Alguns equipamentos dos laboratórios não estão em situação de sucateamento porque são usados para pesquisas individuais dos professores da Uneal e nos cursos de formação de entidades dos movimentos sociais.


Os equipamentos da usina de Etanol estão parados. A Gazeta esteve no local e viu de perto o desperdício de dinheiro público. A situação não está pior porque a Uneal mantém vigilantes e zeladores no local. A instituição está tentando retomar as atividades de pesquisa no polo e quer transferir a usina para a iniciativa privada. Segundo os técnicos da Secretaria, a pasta até hoje aguarda os investimentos do governo estadual para desenvolver as pesquisas planejadas. Mas até agora, nada.


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