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OMS cria centro de treinamento sobre tecnologia de mRNA para ampliar acesso mundial às vacinas

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É a primeira vez que a organização apoia esforços tão amplos para fazer engenharia reversa de imunizantes vendidos comercialmente e driblar a indústria que priorizou países ricos A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nessa quarta-feira (23) a criação de um centro de treinamento global para ajudar os países mais pobres do mundo a produzir vacinas e medicamentos com a tecnologia de mRNA, usada com sucesso em dois imunizantes contra a covid-19.

Em entrevista coletiva, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o novo centro será instalado na Coreia do Sul. A estrutura compartilhará a tecnologia de mRNA que está sendo desenvolvida pela entidade e parceiros da África do Sul, onde cientistas trabalham para recriar a vacina feita pela Moderna — sem a ajuda da farmacêutica americana.

“As vacinas ajudaram a mudar o curso da pandemia de covid-19, mas esse triunfo científico foi prejudicado por grandes desigualdades no acesso a essas ferramentas que salvam vidas”, disse Tedros, ao anunciar o novo centro.

Esta é a primeira vez que a OMS apoia esforços tão amplos para fazer a engenharia reversa de uma vacina vendida comercialmente e driblar a indústria farmacêutica, que priorizou os países ricos no fornecimento de doses.

Atualmente, apenas 11% dos que vivem na África estão totalmente vacinados contra a covid-19; em contraste, Portugal vacinou 84%

Denis Farrell/AP

Tanto a Moderna como a Pfizer/BioNTech, fabricantes das duas vacinas de mRNA contra a covid-19, se recusaram a compartilhar o conhecimento tecnológico com a OMS e seus parceiros. A OMS disse que a tecnologia compartilhada poderá ser útil não apenas na produção de imunizantes contra a covid-19, mas também para tratamentos de doenças como a malária e o câncer.

A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, estima que a tentativa de recriar a vacina da Moderna só deve ser concluída no fim de 2023 ou já em 2024. Este prazo poderia ser amplamente reduzido se a farmacêutica resolvesse contribuir nesses esforços.

A disparidade global no acesso às vacinas é enorme. Atualmente, apenas 11% dos que vivem na África estão totalmente vacinados contra a covid-19. Em contraste, Portugal vacinou 84% de seus cidadãos, sendo que 59% deles já tomaram uma dose de reforço.

Na semana passada, a OMS anunciou que seis países africanos — África do Sul, Egito, Quênia, Nigéria, Senegal e Tunísia — receberiam a tecnologia para produzir vacinas de mRNA. O programa foi expandido para mais cinco países — Bangladesh, Indonésia, Paquistão, Sérvia e Vietnã.

No início deste ano, uma empresa sul-africana conseguiu replicar a vacina da Moderna e deve começar em breve a testar essa nova versão em laboratório. Os cientistas dizem que há mais informações sobre esse imunizante em domínio público e acreditam que ele seja mais fácil de fabricar do que o desenvolvido pela Pfizer/BioNTech.

Fonte: Valor Invest

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