Desde terça-feira, 15, a Rússia afirma que está retirando parte de suas tropas implantadas na fronteira com a Ucrânia. Entretanto, países do ocidente, principalmente os Estados Unidos, têm dúvidas e mostram cautelas sobre essa operação. Em dezembro de 2021, a Rússia anunciou que começaria a realizar manobras militares terrestres, aéreas e marítimas próximo ao território ucraniano. Atualmente, os russos dispõe de forças consideráveis em seu próprio território e em Belarus, na anexada península da Crimeia e no Mar Negro, ou seja, marcam presença nas fronteiras do leste, norte e sul com a Ucrânia
Não há um número exato de quantos efetivos estão mobilizados. Contudo, estima-se que a quantia esteja entre 100 mil e 150 mil, de acordo com imagens de satélites, a Otan e o presidente americano Joe Biden. As imagens mostrando a presença russa na fronteira foram realizadas por testemunhas oculares. No registro, é possível ver as filas de tanques que se fixam nos arredores das fronteiras e a chegada de equipamentos médicos e reservas de combustíveis, elementos essenciais para estabelecer cadeias de abastecimento em caso de invasão.
Retirada das tropas russas é verdade ou não?
Desde terça-feira, a Rússia tem anunciado que parte de sua tropa está retornando para as suas bases. Na quinta-feira, 17, foram disponibilizadas imagens que mostram caminhões militares grudados em um trem e abandonando a Crimeia, e Belarus afirmou que os efetivos russos vão deixar o país em 20 de fevereiro, quando finalizarem os exercícios. Contudo, o Ocidente não acredita nessas informações.
Segundo um funcionário da Casa Branca, 7 mil soldados teriam sido enviados de Moscou para perto da Rússia. Em pronunciamento feito também na quinta-feira durante a reunião da ONU para discutir o conflito entre Rússia e Ucrânia, se o governo russo quer que as pessoas acreditem que não vai ter ataque e que as trocas realmente estão sendo retiradas, é preciso que eles demonstrem claramente para o mundo, enviando suas tropas, tanques, e os aviões de volta para seus quartéis e hangares e enviar seus diplomatas para a mesa de negociações.
Pavel Felgenhauer, especialista militar russo, diz que esses anúncios feitos pela Rússia podem ser uma forma de distração para os EUA e a Otan, pois, dessa forma, seria possível causar um efeito surpresa estratégico. Contudo, apesar de não descartar essa possibilidade, Felgenhauer acredita que as informações russas sejam reais e eles apenas estão em um processo lento de desescalada. Diante desse cenário, os Estados Unidos ainda acreditam em uma possível invasão russa a qualquer momento. A Rússia nega qualquer intenção agressiva de invasão. O Kremlin diz que “a única coisa que não quer” é que a Ucrânia, ex-república soviética, interaja com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Jovem Pan