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Ex-presidente petista afirmar que não vai pedir voto ao mercado financeiro: “Vou pedir voto para o povo brasileiro" Pré-candidato à Presidência pelo PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um aceno ao setor produtivo e disse que nunca empresários ganharam tanto como em seus dois mandatos. Lula afirmou nessa quinta-feira (17) que, se eleito, pretende promover políticas para ampliar o consumo da população e que, com isso, o país voltará a ter pleno emprego.Em entrevista à rádio "Progresso FM", de Juazeiro do Norte (CE), o ex-presidente lembrou que nas eleições de 1989 o então presidente da Fiesp, Mário Amato, disse que se o petista ganhasse a eleição presidencial, 800 mil empresários deixariam o país. “Demorou, eu ganhei [as eleições] e nunca os empresários ganharam tanto dinheiro quanto ganharam no meu governo”, afirmou Lula. O ex-presidente, no entanto, disse que não vai “pedir voto para o mercado financeiro”. “Vou pedir voto para o povo brasileiro, que é o grande mercado que eu quero ajudar”, afirmou Lula, após ser questionado sobre declaração recente do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que diminuiu o receio do mercado financeiro sobre eventual vitória do petista. Lula indica que não pretende privatizar Petrobras, Eletrobras ou Correios, mas diz que Estado deve cuidar só de empresas estratégicasEdilson Dantas/O Globo“O mercado não existirá se não tiver povo com capacidade de trabalhar e consumir”.Lula afirmou que é possível fazer “com que o Brasil volte a ter pleno emprego”. “Para mim, tem solução que parece simples. Na medida em que coloca o pobre no orçamento e o transforma em pequeno consumidor, o pobre começa a comprar. O que faz gerar emprego é um pouquinho de dinheiro na mão do povo”, disse ele, sem detalhar sua proposta para que o país volte a crescer e crie mais vagas. Ao falar sobre economia, o ex-presidente observou que é preciso “colocar o rico para pagar Imposto de Renda”, sobretudo “aquele que vive de dividendos”. O petista indicou que não pretende privatizar a Petrobras, Eletrobras ou os Correios, mas disse que o Estado brasileiro deve cuidar apenas de empresas consideradas estratégicas para o país. “Não sou favorável à estatização de tudo, não. Apenas empresas estratégicas têm que ter participação do Estado”, disse.Lançamento em marçoO ex-presidente disse que deve lançar sua pré-candidatura dentro de um mês, em meados de março, e defendeu o ex-governador Geraldo Alckmin como vice. Lula afirmou que ele é o responsável pela escolha do vice e não seu partido. “É uma tentativa de mostrar que não sou candidato do PT. Quero ser candidato de um movimento pela recuperação da democracia do país”, afirmou ele, ao justificar a escolha de Alckmin. O petista disse que vai precisar do apoio de diferentes forças políticas e citou como exemplo o senador e ex-presidente nacional do PSDB Tasso Jereissati (CE). “Não vou consertar sozinho o país”, disse.