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Entidades veem censura, intimidação e ataque à liberdade de imprensa em decisão da Justiça do Amazonas

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Associação Nacional de Jornais (ANJ), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) criticam decisão que bloqueou R$ 1,8 milhão da Editora Globo A Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) criticaram tanto as ações promovidas pela rede de hospitais Samel contra "O Globo", como as decisões tomadas por um juiz do Amazonas contra o veículo de comunicação. A pedido da empresa do ramo de saúde, o titular da 3ª Vara Cível e de Acidentes de Trabalho de Manaus determinou o bloqueio de R$ 1,8 milhão da Editora Globo, e também a divulgação de um direito de resposta, que foi publicado neste sábado no site e na versão impressa do jornal.

A ANJ chamou as ações da Samel de "tentativa de intimidação ao trabalho jornalístico", e as decisões da Justiça de "censura judicial". Já a Fenaj afirmou se tratar de um "caso gravíssimo de ataque à liberdade de imprensa por meio de ações judiciais". A Abraji disse ver com "preocupação e pesar" as seguidas decisões do mesmo juiz e repudiou o uso do Judiciário contra o exercício do jornalismo. As três entidades defenderam a revisão da decisão judicial.

A ação da rede Samel faz parte de uma ofensiva judicial movida contra "O Globo", em razão de reportagens publicadas a partir de abril de 2021 no blog da colunista Malu Gaspar, revelando indícios de fraude e violações éticas em um ensaio clínico com a droga proxalutamida no tratamento da Covid-19, realizado em unidades da Samel e outros hospitais amazonenses. As irregularidades constatadas foram também retratadas por periódicos científicos como a revista Science e veículos internacionais, a exemplo da BBC e da agência Reuters.

ANJ também manifestou "profunda indignação" com o pedido feito pela rede de hospitais, mas negado pela Justiça, para prender o diretor de redação do jornal, Alan Gripp, e a repórter Malu Gaspar. "A prisão de jornalistas que cumprem integralmente sua missão de levar aos cidadãos informações de seu interesse é inadmissível na democracia", destacou a ANJ.

A entidade informou ainda esperar que "o Poder Judiciário brasileiro, nas instâncias onde cabem recursos, encerre em definitivo essa lamentável ofensiva contra a liberdade de imprensa e ao papel do jornalismo de divulgar informações de interesse público".

Fonte: Valor Invest

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