Dólar
Euro
Dólar
Euro
Dólar
Euro

Brumadinho

Erro de sistema paralisa ação criminal sobre tragédia de Brumadinho

Imagem de destaque da notícia

12 milhões de metros cúbicos de rejeitos causaram destruição e morte em Brumadinho - Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

Relatório

Também lembrando os dois anos da tragédia, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) divulgou hoje em seu site um relatório onde são listadas medidas tomadas desde o rompimento da barragem. A investigação sobre as causas do episódio contabilizou 23 mandados de busca e apreensão, 94 perícias em dispositivos eletrônicos e 183 depoimentos de investigados, testemunhas e sobreviventes. A denúncia do MPMG foi aceita pelo TJMG em fevereiro do ano passado, transformando em reús 11 pessoas que ocupavam cargos na Vale e outras cinco vinculadas à consultoria alemã Tüv Süd, que certificou a estabilidade da barragem. Segundo o MPMG, ambas as empresas tinham conhecimento da situação crítica da estrutura, mas não compartilharam as informações com o poder público e com a sociedade e assumiram os riscos.

"Concluiu-se que os crimes foram praticados mediante recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa das vítimas – já que o rompimento ocorreu de forma abrupta e violenta, tornando impossível ou difícil a fuga de centenas de pessoas que foram surpreendidas em poucos segundos pelo impacto do fluxo da lama", registra o relatório divulgado hoje pelo MPMG.

Polícia Federal

As responsabilidades criminais também são investigadas pela Polícia Federal (PF). O inquérito foi desmembrado. Em setembro de 2019, 13 pessoas foram indiciadas por falsidade ideológica e uso de documentos falsos: sete eram funcionários da Vale e seis da consultoria Tüv Süd. A apuração de crimes ambientais e contra a vida tiveram sequência.

Antes de definir se indiciará alguém por homicídio, a PF espera por uma perícia de engenharia que poderia esclarecer com detalhes o que levou à ruptura da barragem. No início do ano passado, a PF chegou a manifestar a expectativa de que esse trabalho fosse concluído até junho de 2020 o que não ocorreu. Procurada pela reportagem, a instituição informou em nota que "as investigações seguem em andamento, aguardando a conclusão do laudo sobre as causas da liquefação".

Lei Anticorrupção

Entre outras medidas, o MPMG também relatou ter obtido no ano passado o bloqueio de R$7,9 milhões das contas da Vale em um processo movido com base na Lei 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção de Empresas. A decisão, publicada em caráter liminar no dia 26 de maio de 2020, representa o maior valor já reconhecido em uma ação judicial desta natureza no Brasil.

O MPMG sustenta nesse processo que um sistema de pressão e um mecanismo de retaliação ou recompensa foram adotados pela mineradora para corromper o mercado de certificação de barragens. No curso das investigações da tragédia de Brumadinho, executivos da Tüv Süd afirmaram terem sido pressionados por diretores da Vale para assinarem o laudo de estabilidade da estrutura que se rompeu. Os promotores do MPMG avaliam que a atuação da Vale levou consultorias e auditoras externas a ocultar dos órgãos públicos a situação crítica de diversas barragens.

Procurada pela reportagem, a mineradora disse em nota estar comprometida em continuar contribuindo com as autoridades. "A Vale confia no completo esclarecimento das causas da ruptura", registra o texto. A Tüv Süd também afirmou estar cooperando com as investigações. "Enquanto os processos legais e oficiais ainda estiverem em curso, a Tüv Süd não poderá fornecer mais informações sobre o caso", acrescenta nota divulgada pela consultoria alemã.

Fonte: Agência Brasil

Comentários

Leia estas Notícias

Acesse sua conta
ou cadastre-se grátis