Durante coletiva na manhã desta segunda-feira (31), a Polícia Civil deu detalhes das investigações referentes à morte da transsexual Jasmine Silva, ocorrido no último dia 8, na Via Expressa, em Maceió. Um homem foi ouvido e confessou o crime, mas como não havia mandado de prisão na ocasião, ele acabou sendo liberado. Depois que o pedido de prisão foi acatado pela Justiça, o homem, identificado como Mário José Barbosa de Melo, já havia fugido e não foi mais localizado. Segundo a polícia, ele confessou ter matado Jasmine após confundir ela com outra trans que havia saído com ele um mês antes e que tinha furtado dele uma quantia em dinheiro. A história não convenceu a polícia.
As investigações apontaram que o homem já saiu de casa com a intenção de matar, tendo em vista que levou consigo a faca utilizada no crime. Mário morava a cerca de 800 metros de distância do local onde fica o ponto das garotas de programa e chegou a repassar o celular da vítima para o cunhado, que vendeu o aparelho para outra pessoa, sendo localizado pela polícia. Ao cunhado, ele chegou a confessar que havia cometido um homicídio.
No dia do crime, Jasmine saiu de casa às 18h em direção ao Acauã, com retorno previsto para as 23 horas. Normalmente, caso ultrapassasse esse horário, ela costumava avisar que chegaria mais tarde. Neste dia, ela não avisou. Foi encontrada morta no dia seguinte, na Via Expressa, com marca de golpes de arma branca na nuca, nas costas e nos braços, o que mostra que ela tentou se defender do assassino.
No local onde ocorreu o crime, há um matagal e nenhuma câmera. Também não foram localizadas testemunhas, o que dificultou ainda mais as investigações, fazendo com que fosse perdido o flagrante no momento em que o homem foi depor e confessou o crime.
Após ser expedido o mandado de prisão, a polícia recebeu uma denúncia de que o homem estava em uma propriedade no interior de Alagoas. A equipe policial foi até Jaramataia na tentativa de localizá-lo, mas a equipe foi impedida de entrar na residência. As buscas pelo suspeito continuam.
Mário José Barbosa de Melo já responde por outros crimes. Em 2002, ele passou a responder pela morte de uma pessoa em Jaramataia, dentro de um posto de combustível, crime do qual foi absolvido. Em 2009, já tentou matar uma pessoa em Arapiraca. Ele chegou a usar tornozeleira, mas já estava em liberdade total.