A União Europeia vem enfrentando muitas dificuldades para imunizar sua população nas últimas semanas. O bloco não está recebendo as doses que esperava neste início de ano e não consegue repetir o ritmo da Grã Bretanha ou dos Estados Unidos. O resultado tem sido uma enxurrada de reclamações da população e dos políticos do bloco. A situação ficou um pouco pior no final da semana passada quando a AstraZeneca avisou que vai atrasar suas entregas.
O laboratório enfrenta dificuldades na cadeia produtiva — assim como a Pfizer, que também não está entregando o prometido para os europeus. A Itália já avisou que vai tomar medidas legais contra as duas empresas e Bruxelas tenta negociar com a AstraZeneca para reverter a situação. A estratégia do bloco para adquirir os imunizantes também tem sido alvo de muitas críticas. A Grã Bretanha está administrando 10 doses de vacina para cada grupo de 100 residentes. Nos Estados Unidos são seis doses a cada 100.
Enquanto isso, na União Europeia, apenas duas doses a cada 100 pessoas estão sendo aplicadas — sendo dados do Financial Times. Americanos, britânicos e europeus encomendaram volumes semelhantes de vacinas na contagem per capita: mais de cinco doses por habitante. A diferença está na estratégia das negociações. Grã Bretanha e Estados Unidos investiram na frente. Os dois países fizeram adiantamentos para os laboratórios anteciparem suas produções. O processo regulatório também foi bastante acelerado.
O Reino Unido aprovou o uso emergencial da vacina da Pfizer em 2 de dezembro. Bruxelas aprovou a mesma vacina em 21 de dezembro. Em uma situação extrema como a vivida no momento, tudo isso faz muita diferença. E a Europa está atrás, por enquanto. O Reino Unido deve receber cerca de dois milhões de doses da AstraZeneca por semana até o final do ano. Portanto, se está faltando vacina até para a rica e desenvolvida União Europeia, imaginem para o resto do mundo.
Fonte: Jovem Pan