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Juros futuros fecham em queda com chance de fatiamento da PEC dos Precatórios

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Na avaliação dos agentes, a alternativa, aventada pelo relator do projeto, o senador Fernando Bezerra Coelho, pode acelerar a tramitação da matéria no Senado O debate em torno de um possível fatiamento da PEC dos Precatórios no Senado deu apoio a uma redução dos prêmios de risco na curva de juros e, assim, as taxas futuras registraram queda firme nesta sexta-feira. Embora o dia tenha sido marcado pelo alívio nos prêmios exigidos pelo mercado, os juros se afastaram das mínimas do dia na segunda etapa dos negócios, no momento em que os agentes digeriram declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central americano) lidas como mais duras e comentários do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

No fim do pregão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 caía de 12,18% no ajuste anterior para 12,035%; a do DI para janeiro de 2024 recuava de 12,16% para 11,99%; a do contrato para janeiro de 2025 cedia de 12,10% para 11,90%; e a do DI para janeiro de 2027 passava de 11,96% para 11,81%.

Em entrevista ao Valor, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), apontou que o fatiamento da PEC dos Precatórios pode agilizar a tramitação da matéria, em uma medida que poderia aumentar o apoio à proposta.

O fatiamento da PEC “é o evento do dia”, afirma Antonio Madeira, economista da MCM Consultores. “O mercado já tinha precificado a PEC dos Precatórios da forma que passou na Câmara. Já estava no preço que não vai pagar todo precatório do ano que vem. Qualquer coisa fora disso impacta negativamente a curva de juros”, diz o profissional.

“Quando no começo da semana se falou em reajuste de servidores, e hoje se vê que aparentemente isso não ganha corpo no Senado, o mercado aproveita o prêmio alto para vender taxa. É mais confiança de que a questão dos precatórios terá desfecho como o esperado”, afirma Madeira.

Para Carlos Menezes, gestor de renda fixa da Gauss Capital, à medida que se tiver um consenso melhor delineado sobre a tramitação da proposta, o mercado deve começar a retirar prêmio de risco dos ativos locais. “A não-tramitação da PEC é que é o risco de cauda, porque implica em possível calamidade. Um consenso maior em torno de uma proposta alivia o prêmio”, afirma. ”A partir do momento em que se define o tamanho do rombo e que se consegue vislumbrar o que será o médio prazo, o mercado volta a conseguir ter mais previsibilidade e calcula muito melhor os prêmios.”

As taxas futuras, porém, se afastaram das mínimas do dia ao longo da tarde. O movimento veio em conjunto com a virada do dólar para o campo positivo, após declarações de dois dirigentes do Fed — o vice-presidente, Richard Clarida, e o diretor Christopher Waller —, que se mostraram favoráveis a uma discussão sobre um ritmo mais acelerado de redução das compras de ativos (“tapering”).

Cabe apontar, adicionalmente, que os profissionais do mercado se mostraram atentos a declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a respeito da inflação. O dirigente disse que os núcleos de inflação estão “bem acima da meta” no Brasil e que o aumento mais recente dos preços está “mais espalhado”. Além disso, Campos Neto afirmou que as expectativas de inflação de 2022 “estão saindo um pouco da meta e acelerando esse movimento de piora”.

Hoje, o J.P. Morgan revelou uma revisão de cenário em que contempla o IPCA de 2022 em 5%, ou seja, no teto da meta de inflação. Além disso, os economistas Cassiana Fernandez e Vinicius Moreira também elevaram a expectativa para a Selic no fim do atual ciclo de aperto de 11,25% para 11,75%

Ann San/Pixabay

Fonte: Valor Invest

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