A uma semana do fim do mandato do presidente Donald Trump, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos votou a favor do segundo processo de impeachment do republicano nesta quarta-feira, 13. Como já era esperado, todos os 221 congressistas democratas votaram a favor da medida, que recebeu o apoio adicional de 10 republicanos. Dessa forma, o total de 231 votos a favor superou os 197 contra. O pedido de afastamento do presidente tem como base o argumento de que ele teria incitado a invasão dos seus apoiadores ao Capitólio no último dia 6, incidente que causou cinco mortes.
Vale ressaltar que, nos Estados Unidos, o processo de impeachment acontece de maneira diferente do Brasil. Donald Trump já é considerado o primeiro presidente da história do país que sofreu dois impeachments, mas o seu afastamento definitivo só ocorre caso o processo seja aprovado também pelo Senado. Caso o pedido de afastamento receba a aprovação final, Trump corre o risco de ser proibido de voltar a exercer cargos políticos no futuro. Em seu primeiro impeachment, por exemplo, Trump foi condenado pela Câmara dos Deputados, mas absolvido pelo Senado. Na ocasião, nenhum deputado republicano e só um senador do partido votou contra ele. Os números dessa votação indicam uma ruptura dentro do Partido Republicano.
Mais cedo, a democrata e presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, defendeu que Donald Trump teve responsabilidade sobre a invasão ao Capitólio. “Sabemos que o presidente dos Estados Unidos incitou essa insurreição, essa rebelião armada contra nosso país comum. Ele deve sair. Ele é um perigo claro e presente para a nação que todos amamos”, afirmou. Já os congressistas do Partido Republicano utilizaram os seus discursos, de maneira geral, para dizer que o impeachment acabaria promovendo uma divisão maior entre a opinião política do país. “Este não é o caminho a seguir se quisermos recuperar a união. Chegou o momento de procurar a cura. Vamos parar com este impeachment”, defendeu o republicano Jeff van Drew, de Nova Jersey.
Bloqueado do Facebook, do Instagram, do Twitter e do Youtube, Donald Trump ainda não se pronunciou publicamente sobre a decisão. Mais cedo nesta quarta-feira, 13, ele pediu aos seus apoiadores para não recorrerem à violência nos próximos dias. “Diante das informações sobre novas manifestações, insisto para que não haja nada de violência, ninguém desobedeça a lei e nenhum vandalismo de nenhum tipo”, declarou o presidente em um comunicado divulgado pela Casa Branca. A sessão na Câmara dos Deputados aconteceu no Capitólio sob segurança reforçada por centenas de soldados da Guarda Nacional.
Jovem Pan