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Doria diz esperar "compromisso humanitário" da Anvisa em aprovar vacinas

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou hoje que a Anvisa tem o "dever científico e humanitário" de aprovar as duas vacinas contra a covid-19 que estão sob a avaliação do órgão federal. Em entrevista coletiva com secretários e autoridades do combate à pandemia no Estado, o tucano defendeu a eficácia da Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac e pressionou a Anvisa pela aprovação.

"Todas as vacinas consideradas eficazes de acordo com os cientistas atendem 50% ou mais da taxa de eficácia, portanto a vacina do Butantan (eficácia de 50,4%) atende plenamente. Atendendo plenamente, ela deve ser colocada imediatamente, após a aprovação da Anvisa, para a vacinação dos brasileiros", afirmou Doria. "Desejo que a Anvisa cumpra o seu dever científico e humanitário no domingo e libere as duas vacinas, da AstraZeneca e do Butantan."

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, classificou como "excepcional" a eficácia de 50,4% da Coronavac e ressaltou que ela foi a única testada entre profissionais da saúde, que estão mais expostos a se contaminar com a covid-19. "A Sinovac é uma das melhores vacinas disponíveis no mundo. No Brasil, é a única. Isso coloca Anvisa na necessidade de aprovação rápida dela. Precisamos tirar a vacina da prateleira e começar a vacinação."

O coordenador-executivo do Comitê de Saúde do Estado, João Gabbardo, que compôs a equipe do Ministério da Saúde na gestão de Henrique Mandetta, também participou da entrevista. Questionado, ele disse: "Não tenho nenhuma dúvida de que a Anvisa vai registrar a vacina da Sinovac, porque ela é segura, eficaz e vai reduzir a transmissibilidade da doença."

Logo no início do evento, o governador agradeceu a cientistas que ontem concederam entrevistas comentando os números sobre a eficácia da vacina do Butantan. Segundo Doria, os dados mostram que o imunizante deve ser incluso no programa nacional de imunização.

"Respeitamos a ciência. A ciência não tem partido nem política, não faz campanha eleitoral, não vislumbra nem 2020, nem 2021 nem 2022", afirmou o tucano, que antagoniza no combate à pandemia com o presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro se posicionou desde o início da pandemia de forma contrária a todas as medidas internacionais de prevenção e combate à doença e demitiu os dois ministros da Saúde que tentaram seguir recomendações científicas.

Crítica no Twitter

Em mais um episódio do conflito entre o governador e o presidente em torno das vacinas, Doria criticou em seu perfil no Twitter as declarações de Bolsonaro sobre a Coronavac. Em conversa com apoiadores mais cedo, Bolsonaro ironizou o imunizante.

“Lamentável a declaração do presidente Bolsonaro sobre a vacina do Butantan. Ao invés de comemorar o fato do Brasil ter um imunizante seguro e eficaz para combater a pandemia, ele ironiza a vacina”, publicou Doria, na rede social. “Enquanto brasileiros perdem vidas e empregos, Bolsonaro brinca de ser Presidente”, acrescentou o governador.

Pela manhã, ao sair do Palácio da Alvorada para o Palácio do Planalto, Bolsonaro disse a um apoiador: "Então essa de 50% é uma boa ou não? O que eu apanhei por causa disso, agora estão vendo a verdade. Quatro meses apanhando por causa da vacina".

O presidente disse, no entanto, que o governo comprará qualquer imunizante que seja aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fonte: Valor Invest

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