O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que, quando aconteceu a reunião com mais informações sobre a vacina da Pfizer/BioNTech, existia uma lei que não autorizava a compra de imunizantes ou medicamento sem registro da Anvisa. Naquela época, também, a vacina que parecia mais promissora era a da universidade de Oxford/AstraZeneca — com qual existe um contrato. “O contrato com a Fiocruz foi de encomenda tecnológica, não de compra. Ele possibilitava a transferência da tecnologia e escalonamento de entrega de 100,4 milhões que serão produzidas no Brasil até junho”, explicou.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Franco reforçou e disse que, na época, a Pfizer também não deu a opção da caixa térmica que permitia o armazenamento do imunizante a -70ºC — uma temperatura muito baixa para um país tropical como o Brasil. “Isso pesou muito. Só muito mais tarde que ofereceram a caixa, a princípio para 15 dias e depois informaram que podiam ser 30 dias.” Porém, reiterando o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ele disse que o Brasil continua em negociação. “Não temos preferência por vacina A ou B, de país mais próximo ou afastado. Queremos disponibilizar à população brasileira uma imunização segura e eficaz, com chancela da Anvisa”, completou.
Franco também destacou que o plano de vacinação para Covid-19 vai ocorrer em paralelo ao Plano Nacional de Imunização (PNI) e que isso possibilita a infraestrutura para atingir, com a vacina, a maior população possível em menos tempo. De acordo com o plano apresentado em dezembro, a meta é vacinar todos os brasileiros em até 16 meses. “Se nós conseguirmos antecipar, ótimo. Mas precisamos ser realistas e não prometer o que não podemos cumprir. Nós temos duas instituições estatais, o Butantan e a Fiocruz, com capacidade de produzir em escala. Temos o expertise para proporcionar o melhor para a população.”
Em relação à CoronaVac, vacina do Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, Élcio Franco afirmou que todas as doses adquiridas até o momento são para o Ministério da Saúde. O acordo foi firmado na quinta-feira, 7, após os dados da eficácia contra a doença ser anunciado. Ele evitou dizer se, com isso, os planos do governador do Estado de São Paulo, João Doria, de iniciar a imunização em 25 de janeiro caíram por terra. “A ideia é iniciar em todo o Brasil ao mesmo tempo. Não podemos fugir do princípio do SUS. Tem que ser simultâneo e com o mesmo tratamento para todos.
Fonte: Jovem Pan