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O que faço se minha chefe me ignora e me trata mal?

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O colunista Gilberto Guimarães analisa o que fazer quando a liderança não está próxima e não apoia o profissional >> Envie sua pergunta, acompanhada de seu cargo e sua idade, para: [email protected]

"Estou passando por isso já faz bastante tempo. A minha gestora prefere perguntar à minha colega coisas que são da minha competência. Minha colega, por sua vez, não sabe. Ela me pergunta e depois repassa o que eu disse à gestora. Em outros casos, quando faço alguma pergunta ela me responde com rispidez ou me responde com outra pergunta. Isso está me deixando tão desmotivada. Cumpro com todas as tarefas que são dadas a mim, tenho responsabilidade e mesmo assim não é o suficiente. Tenho vontade de perguntar a ela o que fiz de errado. Mas tenho medo de ser demitida pois sempre escuto que existem muitos currículos no RH e que quem não está satisfeito que se retire da empresa. Me ajudem a como enfrentar essas situações."

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Triste situação. Independente de que, pela legislação, esse tipo de situação e comportamento pode ser configurado como assédio moral, o que está ocorrendo é muito pior, é muito mais profundo. Esta atitude de desprezo e desconsideração pelo outro está negando a alguém a mais profunda necessidade humana que é a da aceitação, da valorização, do pertencimento. Essa atitude demonstra sadismo e perversidade. Está muito além de um problema judicial. Isto não quer dizer que não se deva buscar uma reparação judicial. Claro que se deve. A lei precisa ser aplicada, mas o problema vai muito além disso. É, seguramente, um problema de desvio comportamental grave. É uma atitude perversamente doentia.

Não é justo nem justificável tratar alguém dessa forma. Eu, pessoalmente, já convivi com um chefe assim. Era, e deve ainda ser, um homem profundamente doente. Moralmente comprometido. Era um narcisista perverso, daqueles que parecem ser amáveis e encantadores, que usam da sedução para se aproximarem, mas que criticam feroz e cruelmente quando se sentem inseguros, atacando e destruindo a autoestima, autoconfiança e autovalorização dos que os rodeiam. Narcisistas perversos geralmente provocam brigas por questões triviais, insultam verbalmente e tendem a ser intrusivos e controladores. O que é pior é que eles não têm consciência do seu problema. Acreditam que estão certos e que não nada têm a mudar em si mesmos.

A maioria dos narcisistas perversos sente-se livre para ignorar os pedidos de seus subordinados e "esquecer" de honrar quaisquer promessas feitas. Se o subordinado tentar ter uma conversa racional sobre o que parece injusto, ele provavelmente ficará furioso. Pessoas com transtorno de personalidade narcisista geralmente não estão dispostas a aceitar qualquer responsabilidade por qualquer coisa que façam que deixe seu subordinado infeliz e improdutivo. Eles podem mentir, distorcer a verdade, reescrever a história ou transferir a culpa e se apresentar como a verdadeira vítima. O que quer que queiram no momento é geralmente mais importante para eles do que a verdade real, a felicidade ou a produtiividade de seu subordinado. O maior problema para a empresa é que todo comportamento e emoções são contagiosas. O comportamento de um chefe é ainda mais contagioso e tem um efeito exponencialmente multiplicador no grupo e na organização. Ou seja, quando um chefe impõe esse tipo de atitude e comportamento à sua equipe todos passam a desenvolver um procedimento similar nas relações pessoais e com o mundo externo. Isso automaticamente se dissemina e o clima organizacional fica péssimo. Neste ambiente negativo a capacidade cognitiva e a criatividade desaparecem. Chefes inadequados destroem a produtividade.

As empresas, ou seja, as pessoas que estão na liderança, tem que assumir e resolver esse problema. Tem que evitar esse tipo de pessoa. Precisam construir redes de relacionamentos positivos, e para isso é preciso atrair líderes positivos, pessoas otimistas, confiáveis, desprendidos, que funcionem como centro de influência e fonte de informação. Também tem de saber identificar, trazer e manter outros energizadores positivos e se livrar desses indivíduos negativos, críticos, pessimistas, egoístas e inflexíveis, que esgotam a energia, os bons sentimentos e entusiasmo dos outros. Essa decisão de atrair e desenvolver líderes positivos vai, automaticamente, disseminar uma postura favorável e construtiva, promovendo resultados extraordinários.

Uma liderança positiva cria uma relação afirmativa e manifestações de apoio que provocam efeitos positivos na performance e no desempenho. Quando as pessoas se sentem pertencendo a um grupo, dando e recebendo suporte, encorajando-as têm as suas necessidades atendidas reciprocamente, ficam mais seguras, o que aumenta sua produtividade. Construir um grupo como uma rede de relacionamento positivo entre os parceiros profissionais é fator essencial para um desempenho excepcional. Concluindo e voltando ao problema da pergunta. O que você deve fazer é buscar na liderança da sua empresa a solução do problema, mas caso sinta que nada irá mudar deve então procurar encontrar novas oportunidades de trabalho e renda. Mais cedo ou mais tarde você vai encontrar um ambiente adequado.

>> Envie sua pergunta, acompanhada de seu cargo e sua idade, para: [email protected]

Esta coluna se propõe a responder questões relativas à carreira e a situações vividas no mundo corporativo. Ela reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

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Fonte: Valor Invest

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