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Presidente das Filipinas desiste de candidatura e abre caminho para filha disputar eleições

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A aposentadoria do chefe de Estado filipino é vista como uma preparação de terreno para que sua filha, Sara Duterte-Carpio, 43, concorra à Presidência nas eleições de maio de 2022 O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, 76, afirmou neste sábado (2) que vai se aposentar da arena política. No poder desde 2016, ele se tornou conhecido pelas execuções extrajudiciais patrocinadas por sua gestão e vinha reiterando publicamente que concorreria à Vice-Presidência do país, em um plano para se manter na cúpula política mesmo após o fim de seu mandato.

A legislação filipina permite apenas um mandato presidencial, como forma de impedir projetos de abuso de poder. Ao disputar a corrida eleitoral como vice, Duterte projetava também assegurar imunidade – ainda que existam discordâncias sobre se a prerrogativa jurídica, válida para a figura do presidente, também deve se estender para o vice.

Ao anunciar a aposentadoria, o filipino se referiu, ainda que sem mencionar, às recentes pesquisas de opinião que indicavam a oposição popular a seus anseios de poder. "Em obediência à vontade do povo, agora digo a meus compatriotas que seguirei seus desejos", declarou.

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte

Karl Alonzo/Palacio Presidencia Malacanang/AP

Pesquisa

Pesquisa realizada pelo centro Social Weather Stations na última semana com 1.200 filipinos em idade de votar mostrou que seis em cada dez achavam que a candidatura de Duterte para a Vice-Presidência do país era inconstitucional. Cerca de um terço dos respondentes disse que o apoiaria se ele concorresse.

Manobra?

Analistas políticos locais, porém, veem no movimento de Duterte uma tentativa ainda mais articulada para alçar um sucessor leal ao poder e, assim, se blindar das investigações que enfrenta por violações de direitos humanos.

O Tribunal Penal Internacional autorizou, em setembro, uma investigação sobre a guerra de Duterte contra as drogas, que, segundo dados oficiais, matou cerca de 8.000 pessoas em mais de 200 mil operações no arquipélago asiático desde 2016 — organizações de direitos humanos afirmam que os números reais são substancialmente maiores.

A aposentadoria do chefe de Estado filipino é vista como uma preparação de terreno para que sua filha, Sara Duterte-Carpio, 43, concorra à Presidência nas eleições de maio de 2022.

O ex-assessor de Duterte, Christopher Lawrence Go, 47, que disputaria o cargo, anunciou neste sábado (2) que, na verdade, concorrerá a vice. Ele assegurou que, caso eleito, vai continuar a campanha de Duterte contra drogas ilegais.

Sara é prefeita da cidade de Davao, no sul do país, e goza de bons índices de aprovação. Em setembro, ela desmentiu as especulações de que disputaria a chapa presidencial — disse, em declaração pública, que havia concordado com o pai que apenas um deles concorreria a um cargo federal. O cenário, agora, é outro.

Os candidatos às eleições de 2022 têm até a próxima sexta-feira (8) para se inscrever oficialmente na disputa, mas a Comissão Nacional de Eleições permite substituições até 15 de novembro, o que abre espaço para mudanças de última hora.

Outros nomes já anunciaram suas candidaturas. O boxeador Manny Pacquiao, atualmente senador, é um deles. Ele já foi aliado de Duterte, mas, recentemente, rompeu com o presidente, acusando seu governo de corrupção.

Também aspiram a Presidência filipina Ferdinand "Bongbong" Marcos, 64, filho do ditador de mesmo nome que governou o país por duas décadas, de 1965 a 1986; e o ex-ator e prefeito da capital Manila, Francisco Domagoso, 46, conhecido como Isko Moreno.

Fonte: Valor Invest

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