Dólar
Euro
Dólar
Euro
Dólar
Euro

valor

Vacinação com Coronavac é retomada no Rio após falta de doses

Imagem de destaque da notícia
Segundo a Secretaria municipal de Saúde, foram recebidas 332 mil doses do imunizante na sexta-feira Após suspensão por dois dias, a aplicação da segunda dose na Coronavac na cidade do Rio de Janeiro foi retomada neste sábado (04). Segundo a Secretaria municipal de Saúde, foram recebidas 332 mil doses do imunizante na sexta-feira (03).

De acordo com a pasta, a distribuição para os 280 postos espalhados pela cidade ocorreu ao longo da madrugada e início da manhã deste sábado. Por causa dessa logística, a recomendação é para que as pessoas que estão com a segunda dose programada procurem os locais de vacinação, preferencialmente, no turno da tarde, já que eles estarão abertos até 17h.

A secretaria informou ainda que haverá vacinação normalmente na segunda-feira (06), das 8h às 17h. Mas, na terça-feira, em função do feriado de 7 de Setembro, os postos não abrirão.

A Prefeitura do Rio interrompeu a distribuição da segunda dose da Coronavac na quinta-feira (02), atribuindo o esgotamento dos estoques à demora nas entregas por parte do Ministério da Saúde. A pasta, no entanto, nega ter atrasado os envios.

Alvo de repetidas críticas por parte de estados e municípios pela logística do repasse de vacinas contra a covid-19, o ministério disse ao jornal O GLOBO, nesta sexta-feira (03), que não tem pendência de envios de segunda dose da Coronavac para a cidade e alerta que não garantirá doses para os entes que descumprirem o que foi pactuado nas reuniões do governo federal com estados e municípios.

"Ao contrário do que foi divulgado pela prefeitura do Rio de Janeiro, a falta de doses não é por atraso de entrega pelo Ministério da Saúde. A pasta, inclusive, tem, semanalmente, ampliado as entregas de vacinas contra a covid-19", diz o ministério, por nota.

"A pasta informa, ainda, que não possui pendência de segunda dose para o RJ. Todo o quantitativo necessário para aplicação da segunda dose da Coronavac foi disponibilizado ao estado. Por isso, é importante que todas as unidades da federação cumpram as orientações pactuadas no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19".

Além disso, o ministério diz que "não garantirá doses para os que descumprirem o estabelecido entre representantes da União, estados e municípios. Se todos seguirem as orientações, não faltará doses para concluir a imunização da população brasileira".

O comunicado foi enviado em resposta a um questionamento sobre o estoque atual de Coronavac na cidade do Rio.

Nesta sexta-feira, o GLOBO mostrou que, ao longo do último mês, o município redirecionou para a aplicação de primeira dose cerca de 191 mil doses da Coronavac originalmente reservadas para a segunda, de acordo com a Secretaria municipal de Saúde (SMS).

A pasta reconhece que essas doses estavam previstas para serem distribuídas, a título de segunda injeção, nas próximas quatro semanas, conforme orientação do Ministério da Saúde e da Secretaria estadual de Saúde (SES).

A distribuição da segunda dose da Coronavac na cidade, interrompida nesta quinta-feira, segue suspensa pelo segundo dia seguido. Em nota, a SMS diz que "a cidade do Rio de Janeiro organiza seu calendário para aplicar as doses de vacina no menor tempo possível" e "conforme os contratos do Ministério da Saúde, não reservando vacinas para a segunda dose por mais de uma semana".

Com isso, a pasta afirma conseguir "manter o maior número de pessoas imunizadas no menor tempo possível".

A divergência entre a prefeitura e o Ministério da Saúde quanto ao volume de entrega de doses pode afetar não só componentes elementares da campanha de vacinação no Rio, como a distribuição da segunda dose das vacinas no tempo adequado, mas também outros aspectos, como a aplicação da terceira dose em idosos. A Saúde anunciou uma nova dose de reforço na terceira idade em pessoas com 70 anos ou mais, garantindo vacinas suficientes para esse público. Já o município do Rio divulgou um calendário em que prevê a vacinação de todos aqueles que têm 60 anos ou mais.

Apesar da orientação do ministério, a SMS manteve seus planos iniciais e, nesta sexta-feira, reforçou o pedido para que o governo federal amplie a faixa etária elegível para a terceira dose. A intenção é levar a Saúde a se organizar para garantir a distribuição da dose de reforço nos termos da campanha elaborada pela prefeitura, mas o ministério ainda não sinalizou que atenderá à solicitação.

Em consonância com o governo federal, a Secretaria estadual de Saúde divulgou nesta semana um protocolo para a aplicação da terceira dose em idosos com 70 anos ou mais, embora faça coro ao Rio no pleito pela ampliação da faixa etária contemplada pelo novo reforço.

Nos ofícios de distribuição de vacinas, a Secretaria estadual de Saúde vem alertando os municípios a não redirecionar doses reservadas para a segunda dose da Coronavac, já que não há previsão de repasse de frascos extras pelo Ministério da Saúde.

Nesse contexto, o uso de Coronavac para a aplicação da primeira dose, suspenso em abril no município do Rio devido à redução na previsão de entregas do Instituto Butantan, foi retomado em junho. Entre os dias 18 e 19 daquele mês, o número diário de primeiras doses da Coronavac aplicadas saltou de 345 para 7.640. Em 17 de agosto, a SMS chegou a aplicar 58.900 primeiras doses da vacina do Butantan num único dia.

Diante do maior pico de casos de covid-19 no ano, a cidade do Rio talvez enfrente agora uma tendência que vai se alastrar pelo resto do país em questão de semanas ou meses.

Quem diz isso desta vez é a própria Secretaria municipal de Saúde (SMS), que apresentou, nesta sexta-feira, o 35° boletim epidemiológico da cidade.

Embalados pela alta transmissibilidade da variante Delta, os números da capital indicam uma leve retomada no número de mortes registradas, como a Secretaria municipal de Saúde (SMS) informou nesta sexta-feira, na divulgação do 35° boletim epidemiológico da cidade.

A média móvel do indicador teve um aumento de 26% em duas semanas, saltando de 45 para 57 notificações diárias. Já a média móvel de casos confirmados, depois de sofrer um grande aumento entre julho e agosto, parece ter se estagnado num patamar elevado, mostra o painel da prefeitura.

Nesta quinta-feira, data da última atualização, o índice ficou na marca de 1.606 registros por dia.

Por outro lado, o índice de atendimentos de casos de síndrome gripal e SRAG no município dá indícios de queda depois de quase igualar, em meados de agosto, o nível que atingiu em março deste ano, durante o último pico da covid-19 no estado.

Na terça-feira, data da atualização mais recente, a média móvel do indicador ficou em 348 notificações diárias — um índice que, no dia 14 do mês passado, chegou ao pico de 490 registros por dia. Além disso, ainda segundo a secretaria, o número de internados na cidade caiu cerca de 10% em uma semana, e a fila de leitos zerou.

Secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz reconheceu nesta sexta-feira uma característica do Rio de Janeiro já apontada por especialistas: a de frequentemente adiantar, com algumas semanas de diferença, um quadro epidemiológico que provavelmente se confirmará em outras partes do país.

“A gente sabe que o Rio de Janeiro tem uma curva que sobe antes do resto do Brasil, então a variante Delta pode vir a dominar outros estados”, alertou.

A cepa já corresponde a 86% dos casos de covid-19 na cidade, de acordo com análises de monitoramento genômico, feitas a partir de pesquisa por amostragem. Ela já provocou oito mortes no município. Das 228 ocorrências da linhagem no Rio, 213 foram casos de síndrome gripal e apenas 15 evoluíram para SRAG.

“O número de casos está estável num platô alto, que precisamos observar com bastante atenção. As mortes tiveram um pequeno aumento nas últimas semanas. Considerando os dados dos últimos sete dias, temos uma tendência de estabilidade”, informou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Márcio Henrique Garcia.

Esta é a primeira vez que a administração municipal reconhece um aumento no número de mortes por covid-19 depois do anúncio da retomada na quantidade de casos, embora a soma diária de óbitos na cidade já dê indícios de alta há pelo menos duas semanas.

A nova interpretação da pasta sobre os dados epidemiológicos do município vai ao encontro da nova atualização do Boletim InfoGripe, da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira.

A análise classifica o nível atual de transmissão comunitária na cidade do Rio como "muito alto". Além disso, segundo o estudo, o Rio de Janeiro é, ao lado do Rio Grande do Norte, um dos únicos estados do Brasil que apresentam forte de probabilidade de alta no número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

O boletim traz ainda, pela primeira vez, dados de casos de covid-19 divididos por faixa etária. As estimativas são feitas por nowcasting, um método estatístico que considera o comportamento histórico dos números da pandemia no Brasil para compensar o atraso na atualização dos dados. E o que elas mostram apenas reflete um panorama para o qual os cientistas já vêm chamando atenção há certo tempo: a escalada de episódios de SRAG especialmente entre os mais idosos.

Segundo o estudo da Fiocruz, as faixas etárias com números de casos mais elevados no Estado do Rio são de 70 a 79 anos, 60 a 69 e 80 anos ou mais, respectivamente.

Para combater o aumento de mortes entre idosos, a Prefeitura do Rio manterá o calendário que prevê a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 em pessoas com 60 anos ou mais. Essa também era a orientação inicial da Secretaria estadual de Saúde (SES), que no entanto reviu seu protocolo na última terça-feira e, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde, determinou que o novo reforço será ministrado a todos os idosos com 70 anos ou mais. Apesar da mudança, a SES informa que continua pedindo ao ministério a inclusão de todas as pessoas com 60 anos ou mais no planejamento nacional de distribuição da dose de reforço.

Nesta sexta-feira, Daniel Soranz disse que insiste junto a ambas as entidades a ampliar a faixa etária das pessoas contempladas com a terceira dose.

“Estamos insistindo com o MS e a SES pra dar dose de reforço pra todos os idosos acima de 60 anos. Os dois órgãos lançaram notas falando em vacinar idosos acima de 70. Mas estudos mostram que esses idosos têm mais dificuldade de gerar produção de anticorpos e melhor resposta imune. São pessoas que precisam de reforço”, afirmou.

A nova orientação da SES não afetará o calendário da terceira dose já anunciado para a capital, de acordo com a SMS.

O pleito da Prefeitura do Rio se deve ao fato de que as outras duas entidades precisam se planejar para fornecer e distribuir doses da vacina em quantidade suficiente para todos os cariocas com 60 anos ou mais.

Também nesta sexta-feira, a Prefeitura do Rio divulgou novas metas de vacinação de idosos com a terceira dose. Até o dia 30 deste de mês, a SMS pretende vacinar todas as pessoas com 80 anos ou mais, o que corresponde a 17% dos cariocas idosos. Até o dia 6 de outubro, serão vacinados todos aqueles com 75 anos ou mais, completando a marca de 29% dos idosos do Rio.

Idosos com 70 anos ou mais devem receber a terceira dose até o dia 13 de outubro, quando 47% dos cariocas na terceira idade terão recebido uma injeção de reforço. Até o dia 19 de outubro, a prefeitura pretende vacinar 71% dos idosos do Rio ao vacinar toda a população com 65 anos ou mais. Finalmente, em 30 de outubro, o município alcançará 100% de seus idosos com a terceira dose ao vacinar todas as pessoas com 60 anos ou mais, segundo os planos da prefeitura.

Nesta quarta-feira (1º de setembro), a SES incluiu a dose de reforço contra covid-19 no calendário unificado de vacinação do Estado do Rio. Segundo determinação da pasta, resultado de deliberação conjunta com o Conselho de Secretarias de Saúde do Rio de Janeiro (Cosems), a imunização de reforço prioriza a população de idosos a partir de 70 anos de idade, assim como idosos institucionalizados e acamados, além de pessoas com alto grau de imunossupressão que receberam as duas doses de qualquer vacina contra a covid-19 ou a dose única da Janssen há mais de seis meses.

Fonte: Valor Invest

Comentários

Leia estas Notícias

Acesse sua conta
ou cadastre-se grátis