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Futebol Feminino

Retrospectiva esportes: Timão brilha em ano ímpar do futebol feminino


O Iranduba, também conhecido com Hulk, afundou em crise financeira e só entrou em campo este ano graças ao rival amazonense 3B (da Série A2), que cedeu as jogadoras. Iranduba/Divulgação - Divulgação/Iranduba

Consolidação

Em campo, o Corinthians reforçou o status de favorito no Brasileiro com vitórias em sequência, encerrando a primeira fase com 14 triunfos em 15 jogos, seguido na tabela pelos também classificados Santos, Internacional, Ferroviária, Palmeiras, Avaí/Kindermann, São Paulo e Grêmio, que obteve a vaga na última rodada, superando a apertada concorrência de Flamengo e Cruzeiro. Na parte de baixo, não deu para o Iranduba, rebaixado pela primeira vez à Série A2. Audax, Vitória e Ponte Preta também caíram.

No mata-mata, o Timão eliminou Grêmio e o rival Verdão, chegando à quarta final seguida, desta vez contra o Avaí/Kindermann. Após um agitado empate sem gols na Ressacada, em Florianópolis (apesar de o Kindermann ser de Caçador, município catarinense), as corintianas venceram em casa por 4 a 2, em uma decisão que coroou a superação da atacante Gabi Nunes - recuperada após três lesões graves no joelho - e teve como destaque a meia Gabi Zanotti, protagonista do jogo do título com dois gols.

Dias depois, as alvinegras arrebataram o Campeonato Paulista pelo segundo ano consecutivo. Para não deixarem dúvidas, ganharam as duas partidas da final contra a Ferroviária-SP, com direito à goleada por 5 a 0 no jogo de volta, fora de casa, em Araraquara (SP). Na temporada, foram 98 gols em 32 partidas, média superior a três gols a cada 90 minutos. O detalhe é que as duas artilheiras do time - Gabi Nunes e a também atacante Victória Albuquerque, ambas com 12 gols - não foram titulares durante todo o ano, o que mostra a força do elenco comandado pelo técnico Arthur Elias.

Dias após conquistarem o Brasileirão Feminino, a equipe do Timão faturou o bicampeonato paulista - Marco Galvão/Agência Corinthians

Outros destaques

Não foi só o Corinthians que se consolidou na modalidade em 2020. Apesar da cair nas quartas de final do Brasileiro, o Internacional brigou até as rodadas finais da primeira fase pela vice-liderança, sagrou-se bicampeão gaúcho em cima do Grêmio e, mais uma vez, mostrou força na base. Campeãs nacionais sub-18 no ano passado, as Gurias Coloradas levantaram, desta vez, o Brasileiro sub-16.

Na Série A2, Bahia (que encerrou a parceria com a Lusaca e passou a gerir o futebol feminino por conta própria) e Botafogo apagaram as frustrações de 2019 e obtiveram o acesso à elite, junto de Real Brasília-DF e Napoli-SC. Já o Atlético-MG, eliminado na fase de grupos da segunda divisão, terminou a temporada em alta ao conquistar o título do Campeonato Mineiro em cima do Cruzeiro (que está na Série A1) na decisão.

Crescimento

O ano de 2020 foi também aquele em que as mulheres assumiram o comando da modalidade em nível nacional. Em setembro, a CBF anunciou Duda Luizelli, ex-diretora do Inter, como coordenadora de seleções femininas, em substituição a Marco Aurélio Cunha. Para a recém-criada coordenação de competições nacionais femininas, a escolhida foi a ex-zagueira e capitã brasileira Aline Pellegrino, que estava na Federação Paulista de Futebol (FPF).

A entidade também revelou em setembro que as seleções masculinas e femininas passaram a receber valores iguais de premiações e diárias desde março deste ano. Segundo o presidente Rogério Caboclo, a medida começou a valer já na primeira convocação de Pia em 2020 para o Torneio Internacional da França. "O que eles recebem por convocação, elas também receberão. O que elas ganharem de premiação por conquistas ou por etapas da Olimpíada no ano que vem, será o mesmo para os homens. Não há mais diferença de gênero em relação à remuneração [na CBF]”, declarou o dirigente na ocasião.

Brasil e Holanda empataram em 0 a 0 no segundo jogo do Torneio Internacional da França, competição amistosa realizada em março - A2M/CBF/Direitos Reservados

Os duelos na França foram os primeiros da seleção feminina em uma temporada reduzida pela pandemia. Na competição amistosa, o Brasil conheceu a primeira derrota sob o comando de Pia (1 a 0 para as anfitriãs), empatando os outros dois jogos (2 a 2 com o Canadá e 0 a 0 com a Holanda). A técnica só reencontrou as brasileiras seis meses depois, em um período de treinos na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), reunindo jogadoras que atuam no país. Em outubro, foi a vez de reunir as atletas que jogam no exterior. na cidade de Portimão (Portugal).

A bola rolou mais duas vezes, em amistosos sem presença de público, nos dias 27 de novembro e 1º de dezembro, contra o Equador, em São Paulo. Se o ano da seleção feminina começou com tropeços, ele terminou com goleadas. Na Neo Química Arena, vitória verde e amarela por 6 a 0. No Morumbi, o massacre foi maior: 8 a 0. Apesar da fragilidade do adversário, destaque para as caras novas que Pia Sundhage pôde observar nas partidas, como as meias Valéria, Julia Bianchi e Duda e as atacantes Nycole e Giovanna.

"Melhoramos muito [ao longo do ano]. Todo mundo sabe como é difícil mudar, mas as jogadoras brasileiras abraçaram as mudanças. Fizemos algumas coisas diferentes na defesa e no ataque. Temos garra e organização como palavras-chave. Se as mantivermos em mente, teremos as melhores jogadoras do mundo. Precisamos jogar como um time para vencer os jogos e temos nos saído bem até agora, mas temos muito a fazer. O primeiro é encontrar as 18 jogadoras que disputarão a Olimpíada de Tóquio [Japão, em 2021], o que também é muito empolgante", disse Pia, na última entrevista coletiva que concedeu em 2020, após a convocação para um período de treinos em Viamão (RS), em janeiro do ano que vem.

Agência Brasil

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