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China envia vacinas ao Vietnã um dia antes de Kamala Harris chegar ao país

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Envio dos imunizantes foi uma maneira de os chineses reforçarem sua presença no país vizinho, em meio à visita da vice-presidente dos EUA, que busca apoio na região Um dia antes da chegada da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, ao Vietnã, o governo da China enviou um novo carregamento de vacinas contra a covid-19 ao país, que sofre com o avanço da variante delta, como forma de reforçar sua presença sobre o vizinho.

A democrata americana está em viagem pelo Sudeste Asiático e desembarcou nesta terça-feira (24) em Hanói. O motivo inicial da missão, que passou antes por Cingapura e está marcada desde julho, era angariar aliados contra a reivindicação chinesa de controle do Mar do Sul da China, rota de navegação estratégica que envolve as costas das Filipinas, Vietnã, Malásia e Indonésia.

Mas a visita ao Vietnã ganhou outro sentido após a retirada das tropas americanas do Afeganistão, vista como desastrosa após a rápida ascensão do Talibã de volta ao poder.

Primeiro porque as imagens de evacuação dos ocidentais no país remeteram imediatamente às cenas de desespero em Saigon (hoje Ho Chi Minh), quando os EUA perderam a guerra contra o Vietnã, em 1975, e americanos foram retirados por helicópteros militares pelo teto da embaixada. A viagem de Kamala neste momento foi inclusive criticada por políticos da oposição nos Estados Unidos, por recuperar a lembrança da outra derrota militar.

Depois, porque rivais geopolíticos dos Estados Unidos, como a China, usaram o exemplo do Afeganistão para pressionar países satélites e alertar sobre os perigos de confiar demais nos americanos.

Morning Brew/Unsplash

Ofensiva diplomática

E é nesse contexto que entra a remessa de mais doses da vacina contra a covid-19 ao Vietnã, enviadas na segunda (23) pelo Exército de Libertação Popular, forças armadas chinesas, diretamente para o exército vietnamita, em uma ofensiva diplomática para barrar também as pretensões militares dos americanos na região.

"É um retrato vivo da solidariedade, cooperação e relações amigáveis entre as duas partes, tanto os dois países quanto os dois exércitos [da China e do Vietnã]", disse a embaixada da China no Vietnã, em nota.

O envio de novas doses da vacina contra a covid-19 é especialmente importante para o Vietnã, porque menos de 2% de sua população foi completamente imunizada, e 14% tomou apenas uma dose.

O país, considerado até o primeiro semestre deste ano um exemplo na contenção da doença, com pouquíssimas mortes apesar de seus 100 milhões de habitantes, viu o sistema de saúde colapsar com o avanço da variante delta e, hoje, registra mais de 350 mortes por dia.

Assim, embora tenha preparado toda a estrutura para receber a vice-presidente americana, o primeiro-ministro Pham Minh Chinh fez questão de dizer ao embaixador chinês Xiong Bo que o país não escolherá nenhum lado no conflito. O Vietnã "adere a uma política externa independente, autoconfiante, multilateral e diversa, e é um membro responsável da comunidade internacional", afirmou, segundo nota do governo.

Isso porque o encontro dos dois se deu no mesmo dia em que Kamala disse, em Cingapura, que o governo chinês continua "coagindo, intimidando e reivindicando" o controle sobre o Mar do Sul da China, com ações que "minam a ordem e ameaçam a soberania das nações".

Kamala deveria ter chegado a Hanói no começo da manhã desta terça, no horário brasileiro, mas o voo foi adiado por um "incidente de saúde anômalo", segundo a embaixada americana no país, que não deu detalhes do que houve.

Essa expressão foi usada em outros contextos para falar do que ficou conhecido como "síndrome de Havana", quando diplomatas americanos em Cuba começaram a relatar náusea, tontura e perda de memória, no que foi atribuído a um "ataque sônico" pelo governo.

Fonte: Valor Invest

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