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Alerj

De prefeito a ex-assessor parlamentar: Confira as prisões marcantes de 2020

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Entre as prisões realizadas pela Polícia Civil e a Polícia Federal em 2020, algumas se destacaram pela espetacularização. Outras, pela notoriedade dos presos. Operações articuladas e até blitz de trânsito resultaram na privação de liberdade de figuras públicas do meio político (que englobam Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar de Flavio Bolsonaro, a ativista de direita Sara Winter e até o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella), além de um ex-jogador de futebol com passagens por clubes como Corinthians e Santos. Houve ainda um alarme falso durante a caça a Paulo Cupertino, um conhecido foragido, suspeito de assassinar um ator que namorava sua filha. Confira, abaixo, as detenções mais marcantes registradas ao longo do ano.

Ronaldinho Gaúcho é preso no Paraguai

Ronaldinho Gaúcho foi detido no Paraguai por uso de passaporte falso

O ano começou com uma notícia improvável se tornando manchete: Ronaldinho Gaúcho, na companhia de seu irmão mais velho, Roberto de Assis, havia sido preso no Paraguai com passaporte falsificado. O craque e Assis ficaram seis meses na cadeia. Eles foram libertados em agosto após decisão do juiz Gustavo Amarilla Arnica que livrou a dupla da prisão domiciliar. O magistrado atendeu a um pedido do Ministério Público do Paraguai, que solicitou a suspensão do processo mediante ao pagamento de uma multa de 200 mil dólares (cerca de R$ 1,1 milhão). Presentes no julgamento, Ronaldinho e o irmão aceitaram os termos do acordo.

Piá, ex-meia do Santos, Corinthians e Ponte Preta

Com passagens pela Ponte Preta, Corinthians e Santos, o ex-jogador foi preso no dia 23 de maio pela quarta vez, acusado de furto na cidade de Cordeirópolis, no interior de São Paulo. Piá, que se aposentou em 2011, havia sido encarcerado pela primeira vez em 2014. Ele chegou a ficar oito meses detido após ser denunciado por porte de drogas e armas e falta de pagamento de pensão. O ex-meia vinha sendo monitorado pela polícia em 2020 e, quando foi preso, estava com outro homem, de 46 anos. Com eles foram encontrados R$ 141 em dinheiro, um cheque de R$ 8.300 e uma série de envelopes. Após audiência de custódia, ele teve prisão preventiva decretada e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Limeira. No mês de setembro, a Justiça de São Paulo negou o segundo pedido de liberdade da defesa do ex-jogador alegando “periculosidade de conduta”.

Sara Giromini (Sara Winter)

Sara Giromini já foi presa pela PF

A ativista bolsonarista Sara Winter, que criou o grupo 300 do Brasil, foi uma das seis pessoas presas pela Polícia Federal no dia 15 de junho, em Brasília, pelo inquérito que apura manifestações antidemocráticas realizadas durante a pandemia do coronavírus. Sara reuniu dezenas de seguidores para acampar diante da Esplanada dos Ministérios pedindo o fechamento do Congresso. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes e baseada em uma investigação do Ministério Público Federal que apontava a articulação dela e de outros membros do grupo na captação de dinheiro para cometer crimes contra a ordem política do país. No dia 24 de junho, o mesmo ministro solicitou que Sara Winter e outros membros do 300 do Brasil (Emerson Rui Barros dos Santos, Daniel Miguel – conhecido como Daniel Ativista –, Érica Vianna de Souza, Renan de Morais Souza – acusado de atirar fogos contra o STF – e Arthur Castro) fossem enviados para prisão domiciliar, com a instalação de tornozeleiras eletrônicas. Em outubro, a ativista fez publicação nas redes sociais criticando o presidente Jair Bolsonaro porque o “governo a quem deu a vida” não a ajudou. “Eu sou a filha que Damares abortou”, bradou Sara.

Fabrício Queiroz

Após uma articulação sigilosa envolvendo agentes do Ministério Público e da Polícia Civil de São Paulo, Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, foi preso na cidade de Atibaia, no interior paulista, no dia 18 de junho. O ex-policial, que trabalhou com Flávio quando o filho do presidente ainda era deputado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, estava hospedado na casa de Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro. O pedido de prisão emitido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro foi baseado em ameaças e tentativas de interferência nas investigações do caso das rachadinhas da Alerj. Queiroz foi encontrado após uma série de investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e preso nas primeiras horas da manhã, sem oferecer resistência. Ele foi levado até a capital paulista e, em seguida, encaminhado para o Rio de Janeiro, onde começou a cumprir pena no presídio de Bangu.

Na Operação Anjo, que investigou e determinou a prisão de Queiroz, a polícia também emitiu um mandado de prisão para Márcia Oliveira de Aguiar, esposa do ex-assessor de Flávio. Ela ficou foragida por mais de três semanas até ter a pena convertida em prisão domiciliar no dia 9 de julho. Fabrício Queiroz hoje também cumpre a pena em casa devido aos seus problemas de saúde – ele passa por tratamento de câncer. Os dois precisaram instalar tornozeleiras eletrônicas e ainda aguardam decisão do STF sobre o habeas corpus que permite a estadia em casa. Caso o ministro Gilmar Mendes suspenda o equipamento, o casal voltará à prisão.

Pastor Everaldo

Afastado do governo do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) não foi o único afetado pela operação Operação Tris in Idem. Naquela mesma manhã de 28 de agosto, a Polícia Federal prendeu o Pastor Everaldo, presidente do partido, e seus dois filhos, Filipe Pereira e Laércio Pereira. Eles são acusados de participar de um esquema de corrupção na Secretaria de Saúde do Rio. Em delação premiada, o ex-secretário Edmar Santos disse que Everaldo, que se candidatou à Presidência da República em 2014, era quem dava as ordens na pasta. De acordo com as investigações, o presidente do PSC é um dos responsáveis pela criação de uma espécie de “caixa único” para pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos. Em novembro, foi mantida a prisão preventiva do Pastor Everaldo.

Alexandre Baldy

O secretário dos Transportes Metropolitanos do governo de São Paulo, Alexandre Baldy, foi preso pela Polícia Federal no dia 6 de agosto de 2020 durante a Operação Dardanários, que investigava fraudes na área da saúde no período em que ele foi deputado federal pelo estado de Goiás e ministro das Cidades no governo de Michel Temer. No dia em que foi preso, Baldy pediu licença de 30 dias do governo estadual para se focar na sua defesa. Ele deixou o cargo nas mãos de Paulo Galli. Na ocasião, o governador João Doria, elogiou a “competência, dedicação e postura idônea” do secretário. Alexandre Baldy deixou o prédio da Polícia Federal no dia seguinte à sua prisão, após pedido da defesa ao Supremo Tribunal Federal. A ação foi suspensa por Gilmar Mendes no mês de setembro, sob a justificativa de que Baldy deve ser julgado pela Justiça Eleitoral de Goiás. O político reassumiu a secretaria do governo Doria em outubro.

Falsa prisão de Paulo Cupertino, assassino de Rafael Miguel

O empresário Paulo Cupertino, que matou o ator Rafael Miguel e os pais dele na zona sul de São Paulo, em 2019, elenca a lista das pessoas mais procuradas pelas forças de segurança do estado desde o crime, que teria sido cometido por ciúme da filha, namorada do astro de “Chiquititas”. No dia 28 de outubro de 2020, a suposta prisão dele mobilizou a imprensa, a população e até mesmo a própria filha de Paulo, que descreveu pelas redes sociais um sentimento misto “de alívio, espanto e paz”. Pouco tempo depois, porém, a informação foi negada. Cupertino, segundo a polícia, havia sido parado em uma blitz na cidade de Centenário do Sul, no norte do Paraná, após emitir uma identidade falsa no nome de “Manoel Machado da Silva”, mas a notícia foi desmentida em seguida. Em entrevista à Jovem Pan, o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, afirmou que a polícia do estado vizinho se confundiu. O mandado para trazer o homem de volta à capital paulista chegou a ser enviado antes de a informação ter sido retificada. “Houve algum equívoco que levou a essa repercussão”, disse. Até o momento, Paulo foi procurado em mais de 300 endereços diferentes no Brasil, Argentina e Paraguai. No dia 17 de dezembro, a polícia divulgou novas pistas da investigação: Cupertino teria passado pela rodoviária de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. A suspeita é de que ele foi do Paraguai ao estado do Centro-Oeste para fazer novo trajeto e fugir até a Bolívia.

Marcelo Crivella

Em 22 de dezembro de 2020, nove dias antes do fim de seu mandato como prefeito do Rio de Janeiro, Crivella (Republicanos) foi preso na Operação Hades, realizada conjuntamente pela Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro, que investiga um esquema de arrecadação de vantagens indevidas na administração municipal conhecido como QG da Propina. Marcelo Crivella foi detido em casa, logo de manhã. O empresário Rafael Alves, o delegado Fernando Moraes e o ex-senador Eduardo Lopes também foram alvos da ação. Segundo o MP-RJ, o grupo chefiado pelo prefeito aliciava empresários para arrecadar dinheiro mediante promessas de contrapartida. O esquema, segundo a investigação, arrecadou cerca de R$ 50 milhões em propina. “É uma perseguição política”, acusou Crivella. “Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do carnaval, negociei o VLT, fui o governante que mais atuou contra a corrupção no Rio.” O bispo da igreja Universal voltou para casa à noite, depois que Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), lhe concedeu prisão domiciliar . O prefeito não pode sair de casa, teve de instalar uma tornozeleira eletrônica e está proibido de usar telefone celular.

Fonte: Jovem Pan

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