Foram finalizadas as gravações para o "Projeto Contando as histórias de Alagoas". A ação é do Instituto Boibumbarte de Cultura e pretende levar, a partir de agosto, conhecimento sobre a história do Estado e sobre cinco folguedos populares, para o público infanto-juvenil, de escolas da rede pública municipal de ensino de Maceió.
O "Contando as Histórias de Alagoas" consiste na apresentação, através de vídeos e revistas digitais sobre os folguedos: pastoril, chegança, coco de roda, guerreiro e bumba meu boi. As informações serão repassadas em forma de contação de histórias de linguagem lúdica. Todo material será publicado na internet, uma vez que o acesso online promove a informação para todos.
Serão disponibilizadas online a história de cada folguedo, através da narração da contadora de história Carla Ferraz e também, um pouco da história do grupo representante de cada segmento. Nesta edição do projeto participarão os folguedos: Chegança Silva Jardim e Pastoril Nossa Senhora Mãe dos Homens, ambos de Coqueiro Seco, Guerreiro de Viçosa, o Coco de Roda Xique Xique e Bumba meu boi Lacrau, ambos de Maceió.
As gravações externas ocorreram em espaços abertos nas sedes de cada folguedo e, assim como as gravações de estúdio, adotando os protocolos necessários de prevenção ao Coronavirus.
O Projeto "Contando as Histórias de Alagoas", do Instituto Boibumbarte é viabilizado através da Lei Aldir Blanc do Governo Federal – Edital Mestra Hilda da Fundação Municipal de Ações Culturais da Prefeitura de Maceió.
Conheça um pouco mais dos grupos de folguedo escolhidos:
Guerreiro de Viçosa: Criado em 1977, o guerreiro de Viçosa nasceu a partir de uma brincadeira entre os amigos Sebastião e Severo, e desde então foi responsável pela disseminação do folguedo em várias cidades alagoanas e fora do Estado, devido a sua autenticidade e pelos versos criados pelo Mestre Sebastião. O Guerreiro de Viçosa teve como inspiração os mestres Luis Belo, João Bau e Juvenal; além da pisada forte inspirada pelo Reisado do Povoado Bananal (de Viçosa), que era comandado pelo Mestre Osório Tavares. Em 2006 o mestre Sebastião recebeu o título de patrimônio vivo da cultura de Alagoas.
Em abril de 2010, mestre Sebastião faleceu e o Guerreiro de Viçosa passou a ser comandado por sua viúva, a mestra Quitéria Jorge de Melo, inscrita recentemente para receber o título te patrimônio vivo da cultura de Alagoas. Desde então, ela e o contramestre Rafael Oliveira são os responsáveis pela manutenção do grupo. Além disso, Rafael é o artista que confecciona os chapéus do Guerreiro de Viçosa.
Coco de roda Xique xique: Nascido em 17 de maio do ano 2000, para animar a festa de Santo Antônio do Bairro Jacintinho, em Maceió, o Coco de Roda Xique Xique se tornou um referência na dança do coco alagoano e atualmente é o maior campeão dos Festivais de Coco de Roda do Estado, com cinco títulos . Além disso, o Grupo é um dos responsáveis de levar o nome de Alagoas para eventos em outros Estados Brasileiros, entre eles o 55º Festival do Folclore da Estância Turística de Olímpia, em São Paulo. Com pisada forte, trupe característico e alegria no dançar e no cantar, o Xique Xique tem como seu puxador Nilton Rodrigues, filho do cantador alagoano de coco de embolada, Mestre Verdelinho.
Chegança Silva Jardim: Às margens da Lagoa Mundaú, em Coqueiro Seco, a Chegança Silva Jardim é datada de 1970 e tinha o comando da Mestra Luzia Simões, mas após sua morte a batuta da chegança foi esquecida. O folguedo foi reativado em 2001, pela então secretária escolar Lucimar Alves. Hoje a secretária escolar se tornou a Mestra Lucimar, oficialmente Patrimônio Vivo de Alagoas desde 2018, que comanda, além da Chegança, dois grupos de Pastoril e um grupo de Baianas.
Pastoril Nossa Senhora Mãe dos Homens e Mensageiros de Fátima: Os dois grupos são comandados pela Mestra, Patrimônio Vivo da Cultura Alagoana, Lucimar Alves, sobretudo o grupo adulto Pastoril Mensageiros de Fátima. Já o Pastoril Infantil Nossa Senhora Mãe dos Homens, em homenagem a Padroeira de Coqueiro Seco, fica sob os olhares de Ana Lúcia da Silva. Nascidos na cidade de Coqueiro Seco, os grupos possuem uma relação de cooperação comunitária e nasceram em 2001, após uma Gincana Escolar. Os grupos são símbolos da valorização cultural e destaque em toda Alagoas.
Bumba meu boi Lacrau: Criado em 1999 pela comunidade do bairro do Poço, o Bumba meu Boi Lacrau nasceu juntamente com um bloco carnavalesco do bairro. Formando por membros atuantes em outras manifestações culturais do bairro. O bloco participou do primeiro ano do Campeonato de Bumba meu boi de Alagoas, passou um tempo em hiato e voltou com tudo. Atualmente o Boi Lacrau é pentacampeão alagoano, vitória conquistada em 2019, quando completou 20 anos de existência e fez uma homenagem a Padroeira de Maceió, Nossa Senhora dos Prazeres.