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Documentos da CPI comprovam que filhos de Bolsonaro participaram de reuniões no Planalto

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Os documentos enviados pelo governo federal à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid mostram que os filhos do presidente Jair Bolsonaro participaram de reuniões estratégicas sobre a pandemia do coronavírus no Palácio do Planalto, ainda no início da crise. Essa informação veio a público durante o testemunho do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o que é comprovado agora pelos registros oficiais desses encontros. Segundo os arquivos, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) esteve em três discussões sobre o assunto, mesmo não tendo cargo na gestão federal. Já o senador Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ) participou de quatro compromissos.

Os registros levam em conta apenas as reuniões realizadas pelos órgãos que integram a Presidência da República. Não constam reuniões que tenham ocorrido no Ministério da Saúde, por exemplo. Ao todo, foram cinco reuniões que tiveram Carlos ou Flávio como participantes. Estas ocorreram entre os dias 20 de março e 7 de abril de 2020, logo no início da crise.

A primeira reunião é datada do dia 20 de março e ocorreu no 3º andar do Palácio do Planalto, num local identificado como "Sala de Reuniões" e atrelado ao gabinete presidencial. O tema do encontro foi "medidas de apoio ao combate do coronavírus". Neste dia, somente Flávio esteve presente. Ele observou o pai conduzir encontro com Braga Netto (então ministro-Chefe da Casa Civil; Luiz Henrique Mandetta, (ex-ministro da Saúde); Luiz Eduardo Ramos, (ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo); e Marcelo Guaranys, secretário-executivo do Ministério da Economia. Ou seja, Flávio era o único congressista na reunião.

Já Carlos Bolsonaro aparece como participante, pela primeira vez, três dias depois, em 23 de março. O compromisso buscava ouvir governadores sobre "pedidos de apoio para enfrentamento da crise". Na primeira parte do encontro, às 15h, participaram apenas nomes do governo Bolsonaro, como ministros, secretários e diretores de órgãos públicos. No registro, Carlos surge identificado como vereador do município do Rio de Janeiro, posto que não relação com a estrutura da Presidência da República. O senador Flávio Bolsonaro também estava nesta mesma data.

A reunião foi aberta para governadores, por videoconferência, a partir das 16h50, quando o Palácio do Planalto registrou que os dois filhos do presidente continuavam no encontro. Nesta segunda etapa, o compromisso passou a contar com os governadores Wilson Lima (Amazonas), Gladson Cameli (Acre) e Mauro Carlessi (Tocantis), entre outros. No dia seguinte, em 24 de março, o Palácio do Planalto foi palco de mais um encontro sobre a questão dos governadores e, novamente, Carlos Bolsonaro apareceu para acompanhar as discussões. O senador Flávio, por sua vez, não consta da ata.

No dia 7 de abril, o governo realizou um "briefing" sobre o tema da covid-19 no gabinete do então ministro da Casa Civil Braga Netto. Neste dia, Jair Bolsonaro não esteve na agenda. O único integrante presente ao encontro que está identificado como parlamentar é Flávio Bolsonaro. Todos os outros estavam ocupando cargos de ministros, secretários ou assessores na estrutura do Poder Executivo.

A presença dos filhos do presidente em reuniões da cúpula do Executivo está sendo examinada na CPI como suposto indício da existência de um "gabinete paralelo", que teria influenciado Bolsonaro a ir contra recomendações do Ministério da Saúde. A teoria dos senadores de oposição é que Carlos Bolsonaro seria o expoente desse aconselhamento, ainda que ele não tenha qualquer atribuição na esfera federal.

Daniel Marenco/Agência O Globo

Fonte: Valor Invest

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