O ex-prefeito de Saquarema, Antonio Peres Alves, e o ex-presidente da Confederação Brasileira de Voleibol, Ary Graça Filho, estão entre os alvos de uma operação realizada nesta quinta-feira pela Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro. Segundo o MP, há indícios de fraude tributária, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo a ex-gestão do município, que fica na Região dos Lagos.
Os mandados de busca e apreensão são cumpridos em diversos bairros da capital e na cidade de Saquarema, em endereços ligados aos dez denunciados. Além das sedes da CBV, os agentes estiveram na residência de Ary Graça Filho, que atualmente comanda a Federação Internacional de Voleibol. Os policiais também foram à casa do ex-superintendente da Confederação Fabio André Dias Azevedo, que hoje ocupa o cargo de diretor da Federação Internacional de Vôlei.
Ao todo, foram expedidos pela 10ª Vara de Saquarema 14 mandados de busca e apreensão. A Justiça determinou ainda o bloqueio de R$ 52 milhões dos envolvidos.
O Ministério Público detalhou que durante o mandato, entre 2000 e 2008, o então prefeito teria concedido benefícios fiscais ilegais, favorecendo a criação de empresas fantasmas em Saquarema. O esquema fez disparar a arrecadação no município e causou uma grande evasão fiscal em outras cidades.
Segundo o Ministério Público, Antonio Peres angariava vantagens políticas ao aumentar de forma irregular a arrecadação municipal, enquanto o grupo se beneficiava com o pagamento de contratos falsos de sublocação.
Dentre as empresas investigadas, estão firmas que recebiam valores da Confederação Brasileira de Voleibol para a prestação de serviços que nunca foram realizados. A denúncia aponta, ainda, que o ex-presidente da CBV, Ary Graça, manejava o patrocínio do Banco do Brasil em favor próprio e do grupo criminoso.
De acordo com Thales Nogueira, delegado responsável pelo caso, sedes e contratos fictícios faziam parte do esquema, que possuía dois núcleos e durou até 2014.
A Confederação Brasileira de Voleibol confirmou, em nota, que a Polícia Civil esteve nas sedes da Barra da Tijuca, na zona norte do Rio, e em Saquarema. A CBV disse que funcionários colaboraram com as autoridades policiais e afirmou que se forem comprovados prejuízos financeiros, tomará as medidas necessárias para que estes valores sejam integralmente ressarcidos.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Saquarema e aguarda posicionamento sobre as acusações.
Segurança Rio de Janeiro 20/05/2021 - 15:48 Leila Santos/ Beatriz Arcoverde Lígia Souto, Repórter da Rádio Nacional Confederação Brasileira de Voleibol quinta-feira, 20 Maio, 2021 - 15:48 3:18Fonte: Agência Brasil